
Era pra ser mais um dia comum no trabalho. Mas o que começou como uma terça-feira rotineira terminou com sangue, gritos e o som ensurdecedor das sirenes. Uma mulher — cujo nome a gente protege por questões de segurança — quase perdeu a vida nas mãos de alguém que ela considerava um colega. Sim, um colega de trabalho.
O pescoço. O alvo escolhido foi certeiro e mortal. A facada poderia ter sido o fim, mas contra todas as probabilidades, ela sobreviveu. Só que sobreviver fisicamente é uma coisa. Conseguir dormir à noite, andar na rua sem olhar pra trás a cada passo, isso é outra história completamente diferente.
Medo Como Companheiro Diário
Enquanto você lê isso, ela está escondida. Mudou de rotina, de endereço, de vida. "É como se eu tivesse morrido naquele dia e agora estivesse vivendo outra existência", contou através de voz trêmula. O medo se tornou seu companheiro constante — uma sombra que não a abandona nem por um segundo.
Do outro lado, ele. Anderson de Souza, o autor do ataque, está foragido. Sumiu do mapa depois do crime que aconteceu no dia 30 de setembro, lá na Rua João Fraga, no bairro do Saboó. A polícia procura, mas até agora... nada. É como se a terra tivesse engolido ele.
O Que Leva Alguém a Fazer Isso?
A gente fica se perguntando — que tipo de raiva, que descontrole leva uma pessoa a cravar uma faca no pescoço de um colega? Os motivos ainda são um quebra-cabeça com peças faltando. Testemunhas falam em discussão, mas será que alguma discussão justifica isso?
A vítima trabalha como auxiliar de limpeza. Ele era seu colega. O ambiente de trabalho, que deveria ser de colaboração, virou palco de pesadelo. E agora ela carrega não só a cicatriz física, mas aquelas que ninguém vê — e que doem muito mais.
A Busca Continua — Mas Até Quando?
A Delegacia de Crimes Contra a Pessoa assumiu o caso. Eles têm a arma do crime — a tal faca — e o depoimento da vítima. Mas sem o Anderson, a justiça fica esperando na porta, sem poder entrar.
É um daqueles casos que faz a gente pensar na fragilidade da vida. Um instante, um gesto de violência, e tudo muda. Para sempre. Enquanto isso, em algum lugar de Santos, uma mulher vive escondida, e um homem vive fugindo. Dois destinos unidos pela violência, separados pela justiça que ainda não chegou.