
O que parecia ser um caso isolado de violência escolar revela-se agora muito mais sombrio. A arma que aterrorizou uma escola em Sobral carregava consigo um histórico macabro — e isso muda completamente a perspectiva sobre o ocorrido.
Segundo laudo pericial que chegou às minhas mãos, a espingarda calibre 20 utilizada no ataque de 26 de setembro não era nenhuma novata no mundo do crime. Ela já tinha sangue nas mãos, ou melhor, no cano. A mesma arma foi utilizada em outro homicídio, cometido em abril deste ano aqui mesmo na região.
O fio que tece a teia criminosa
Parece coisa de filme policial, mas é a pura realidade cearense. A perícia balística — aquela ciência meticulosa que muitos subestimam — conseguiu estabelecer a conexão através das impressões deixadas nos cartuchos. São como digitais que a arma deixa a cada disparo, e essas não mentem jamais.
O adolescente de 17 anos que invadiu a escola estadual e fez os disparos — felizmente sem vitimar alunos — estava portando uma ferramenta de morte com currículo. Isso me faz pensar: quantas armas circulam por aí com histórias similares que nunca descobriremos?
As investigações ganham novo fôlego
Com essa descoberta, a investigação que parecia ter contornos definidos ganha ares de thriller. A Polícia Civil agora precisa responder perguntas incômodas:
- Como uma arma já usada em homicídio chegou às mãos de um adolescente?
- Existe uma rede de fornecedores de armas operando na região?
- Quantos crimes não resolvidos podem estar conectados a esse mesmo instrumento?
O delegado Raimundo Rocha, que comanda as investigações, deve estar tendo noites mal dormidas. Desvendar esse caso significa desmantelar algo muito maior do que um ataque isolado.
O que isso significa para Sobral?
Para uma cidade do interior como Sobral, essa revelação é um balde de água fria. A sensação de segurança — já abalada pelo ataque à escola — desmorona completamente quando descobrimos que armas com passado criminoso circulam livremente.
E o pior: se uma arma aparece em dois crimes graves em poucos meses, quantos outros delitos menores ela pode ter cometido sem deixar rastro?
A população, é claro, está assustada. E com razão. Quando a violência mostra suas entranhas dessa forma, fica difícil manter a calma.
Resta torcer para que as autoridades consigam desvendar essa teia antes que mais sangue — literalmente — manche o chão do sertão cearense.