
O interior do Piauí acordou com uma notícia que deixa qualquer um de coração apertado. Na pacata Aroeiras do Itaim, uma cidade que nem todo mundo no Brasil sabe onde fica no mapa, a vida de um menino de apenas 12 anos foi interrompida de forma brutal durante a madrugada de sábado.
Parece até roteiro de filme triste, mas é a realidade dura que muitas famílias nordestinas enfrentam. O adolescente — que mal tinha começado a viver — foi atingido por tiros enquanto corria, literalmente pela própria vida, durante uma perseguição policial que tomou conta das ruas tranquilas da cidade.
Uma noite que terminou em tragédia
A Polícia Militar confirmou o ocorrido, mas os detalhes são tão confusos quanto tristes. Tudo aconteceu por volta das 3h da madrugada, horário em que a maioria de nós está dormindo profundamente. Os policiais estavam seguindo um carro — um Fiat Uno prata, desses comuns nas estradas brasileiras — quando os ocupantes resolveram fugir.
E o menino? O que ele fazia ali no meio disso tudo? Essa é a pergunta que não quer calar. Testemunhas contam que ele estava dentro do veículo, mas ninguém sabe explicar direito o que levou uma criança a se envolver numa situação dessas.
Quando o carro parou — não se sabe se por vontade dos ocupantes ou por intervenção policial — os tiros começaram. E o garoto, no meio do fogo cruzado ou talvez como alvo específico, foi atingido. Dá um nó na garganta só de imaginar.
O desfecho doloroso
Correria, gritos, e no fim... silêncio. O adolescente foi levado às pressas para o Hospital Regional de Picos, mas já chegou sem vida. Os médicos tentaram o impossível, mas os ferimentos eram graves demais. Doze anos... mal completou um quarto de século de existência.
Enquanto isso, os outros ocupantes do carro — dois homens que, diferente do menino, conseguiram escapar ilesos — desapareceram na escuridão da noite. Deixaram para trás não apenas um veículo, mas uma família destruída e uma comunidade inteira se questionando sobre até onde vai a violência no nosso país.
O caso agora está nas mãos da Delegacia de Homicídios de Picos. Os peritos trabalham no local tentando reconstituir os momentos finais dessa tragédia anunciada. Balas foram recolhidas, marcas de pneus fotografadas, e o que não falta são perguntas sem resposta.
Uma cidade em luto
Aroeiras do Itaim não é uma cidade grande — tem aquela vibe de interior onde todo mundo se conhece — e uma morte violenta como essa mexe com todo mundo. As redes sociais já fervilham com mensagens de indignação e solidariedade à família.
"É de cortar o coração", comentou uma moradora que preferiu não se identificar. "A gente vê essas coisas na TV, em cidade grande, e nunca imagina que vai acontecer aqui no nosso quintal."
E ela tem razão. A violência, que antes parecia distante, agora bateu à porta de uma família comum do interior piauiense. Resta saber se esse caso vai servir de alerta ou se será apenas mais uma estatística num país que parece ter se acostumado com a morte precoce de seus jovens.
Enquanto a polícia busca respostas, uma mãe chora a perda de um filho que mal havia deixado de ser criança. E uma cidade inteira se pergunta: até quando?