Acre registra aumento alarmante em desaparecimentos em 2024: o que revela o Anuário da Segurança?
Acre tem aumento alarmante em desaparecimentos em 2024

O Acre, estado que costuma passar despercebido no noticiário nacional, virou manchete por um motivo nada positivo: um salto preocupante nos casos de desaparecimentos em 2024. Os números, recém-divulgados no Anuário da Segurança, deixam claro que algo está fora da curva — e ninguém parece ter respostas prontas.

Segundo o relatório, foram registrados 147 desaparecimentos só no primeiro semestre deste ano. Um aumento de quase 30% em comparação com o mesmo período de 2023. E o pior? A maioria das vítimas são jovens entre 15 e 29 anos — um dado que deveria acender todos os alertas.

Onde estão essas pessoas?

Pergunta simples, resposta complicada. As autoridades garantem que estão investigando, mas os familiares das vítimas contam outra história: burocracia, lentidão e, em muitos casos, desespero à flor da pele. "É como se meu filho tivesse virado fumaça", desabafa uma mãe que prefere não se identificar.

O delegado-geral do estado, em entrevista coletiva, admitiu que o cenário é "desafiador" (leia-se: caótico). Entre as possíveis causas apontadas:

  • Tráfico de pessoas
  • Conflitos envolvendo facções criminosas
  • Falta de estrutura policial

Mas será que isso explica tudo? Alguns especialistas em segurança pública arriscam dizer que não. "Quando os números disparam assim, geralmente tem mais coisa por trás", comenta um pesquisador que acompanha o tema há anos.

E as soluções?

Aqui a coisa fica ainda mais nebulosa. O governo estadual prometeu reforçar as equipes de investigação e criar um "canal prioritário" para casos de desaparecimento. Só que, na prática, os recursos são limitados — e a população sabe disso.

Enquanto isso, nas ruas de Rio Branco, o clima é de apreensão. "A gente vive com medo, né? Não sabe se o filho vai voltar da escola", compartilha uma moradora do bairro Bahia Nova, onde vários casos foram registrados.

O Anuário da Segurança, que deveria ser apenas um relatório técnico, acabou virando um retrato doloroso de um problema que parece longe de acabar. Resta saber se as promessas oficiais vão sair do papel — ou se vão desaparecer tão rápido quanto as vítimas.