Supremo retoma julgamento histórico: Bolsonaro e aliados no banco dos réus por suposta tentativa de golpe
STF retoma julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe

O placar eletrônico do Supremo Tribunal Federal volta a piscar nesta terça-feira (9) com um daqueles julgamentos que marcam época - e eu não exagero nem um pouco. Depois de uma pausa que deixou todo mundo suspirando (ou segurando a respiração, depende de que lado você está), os ministros retomam a análise do caso que põe Jair Bolsonaro e outros 30 figurões no centro do que ficou conhecido como o "núcleo crucial" da suposta tentativa de golpe de Estado.

Parece até roteiro de filme, mas é a nossa realidade política - e das mais tensas. O que está em jogo aqui? Basicamente, a definição sobre se houve mesmo uma articulação organizada para desestabilizar as instituições democráticas após as eleições de 2022.

Os números que impressionam

Só para você ter ideia da dimensão desta encrenca, o processo tem mais de 13 mil páginas. Treze mil! Dá para empilhar uma torre de papel mais alta que um prédio de três andares. E olha que os advogados de defesa devem apresentar alegações finais só em outubro - o que significa que essa novela ainda tem muitos capítulos pela frente.

O ministro Alexandre de Moraes, que está conduzindo o processo, já adiantou que vai pedir vista após os votos de três colegas. Traduzindo: a coisa vai se arrastar por mais algumas semanas, no mínimo. Paciência é virtude que todo mundo vai precisar ter de sobra.

E os outros processos?

Ah, e tem mais - sempre tem quando o assunto é o ex-presidente. Existem outros três inquéritos correndo em paralelo no STF envolvendo Bolsonaro. Um sobre suposta obstrução à investigação do caso dos drones, outro sobre a tal reunião ministerial de abril de 2020 (aquela que todo mundo ficou sabendo dos áudios vazados), e um terceiro sobre a acareação com Daniel Silveira.

É processo que não acaba mais, e eu me pergunto: quando é que sobra tempo para respirar nesse ritmo?

O julgamento de amanhã promete fogo - e não só pela temperatura política. Vai ser transmitido ao vivo, é claro. Todo mundo vai estar de olho, de jornalistas a curiosos, de apoiadores ferrenhos a opositores irredutíveis.

Uma coisa é certa: independentemente do resultado, as consequências vão ecoar por muito tempo nos corredores do poder - e nas ruas do país.