
Eis que a máquina pública mostra mais uma de suas engrenagens enferrujadas. Em Minas Gerais, um servidor da Secretaria de Desenvolvimento Econômico acabou detido numa operação de peso — a 'Minerador' — que investiga um esquema milionário de desvios no setor de mineração. Mas aí vem a cereja do bolo: ele foi exonerado quatro dias antes da batida policial. Coincidência? O governo estadual soltou a justificativa mais inusitada: "pedido de exoneração por causa de fofoca". Sério mesmo?
A operação, que rolou nesta quarta-feira (17), tem como alvo um grupo suspeito de fraudar processos de outorga mineral e lavrar documentos falsos. Calcula-se que o prejuízo aos cofres públicos chegue a impressionantes R$ 100 milhões. Não é pouca coisa, né?
Uma saída mais que oportuna
O tal servidor — cujo nome não foi divulgado — trabalhava na Superintendência de Desenvolvimento da Mineração. Ele simplesmente pediu para sair no último dia 13, segundo a Secretaria de Gestão Pública (Segesp). Quatro dias depois, estava com as mãos na algema.
O governo emitiu uma nota tentando explicar a situação. Dizem que a exoneração foi a pedido do próprio servidor, "mediante sua manifestação de vontade". E soltaram a pérola: o motivo seria "fofocas no ambiente de trabalho". Quem acredita?
Operação Minerador: o que se sabe até agora
A força-tarefa não brinca em serviço. Além do servidor exonerado, outros cinco alvos foram presos preventivamente. Dois deles são empresários do ramo mineral — gente que supostamente se beneficiava das falhas no sistema.
As investigações apontam que o grupo agia alterando digitalmente processos físicos já arquivados, criando um verdadeiro teatro de documentos para obter declarações de lavra de forma ilegal. Um golpe de mestre, se não fosse imoral e criminoso.
As ordens de prisão e busca foram cumpridas em Belo Horizonte e em outros três municípios: Ibirité, Betim e Nova Lima. Até agora, os policiais apreenderam R$ 85 mil em espécie, veículos de luxo e uma porção de documentos que devem ajudar a desvendar toda a trama.
A Polícia Civil não forneceu muitos detalhes, mas adiantou que deve soltar mais informações ao longo do dia. O que já está claro é que o buraco é mais embaixo — e mais fundo que muitas minas por aí.
Enquanto isso, a pergunta que não quer calar: será que a tal "fofoca" não foi, na verdade, um pressentimento de que a casa ia cair?