
Parece que estamos diante de mais um daqueles capítulos onde a realidade supera qualquer roteiro de filme policial. E olha que já vimos de tudo por aqui.
A coisa começou com uma operação que, em tese, deveria ser motivo de comemoração. A Polícia Federal, sob as ordens do Ministério da Justiça de Flávio Dino, anunciou com estardalhaço a apreensão de nada menos que 5,4 toneladas de metanol puro. Para quem não sabe, essa substância é a base para produzir a famosa - e letal - oxi, uma droga que tem causado estragos terríveis por aí.
Mas eis que a trama se complica. E como!
O X da Questão: Quem Mandou na Operação?
O governo de São Paulo, capitaneado por Tarcísio de Freitas, simplesmente soltou o verbo. Segundo eles, essa operação toda foi executada sem qualquer aviso prévio ao governo estadual. E aí, meu caro, a coisa descambou para uma verdadeira guerra de egos.
Imagina a cena: de um lado, o palácio do Planalto defendendo que a operação foi necessária e bem-sucedida. Do outro, o governo paulista reclamando que foi deixado de fora de algo que, convenhamos, diz respeito diretamente à segurança do estado mais populoso do país.
Não é de hoje que essa relação anda mais estremecida do que casamento em crise. Mas essa, convenhamos, foi uma rasteira das boas.
O Metanol e seus Destinos Sombrios
Vamos entender melhor o que está em jogo aqui. Metanol não é brincadeira - estamos falando de um produto químico perigosíssimo que, nas mãos erradas, vira combustível para uma das drogas mais destruidoras do mercado ilegal.
E adivinha só quem seria o principal interessado nesse carregamento? Pois é, o Primeiro Comando da Capital, o temido PCC. A organização criminosa que, diga-se de passagem, não brinca em serviço quando o assunto é expandir seus negócios ilícitos.
O que me preocupa - e muito - é que essa rixa política pode estar criando brechas que, no final das contas, só beneficiam o crime organizado. Enquanto os governos ficam se estranhando, quem rir por último será o tráfico.
Um Histórico que Não Engana
Isso não é a primeira vez que a dança das cadeiras entre União e estado de São Paulo dá sinais de descompasso. Lembro-me de outros episódios onde a falta de sintonia entre as esferas de poder acabou custando caro para a população.
O que está em jogo aqui vai muito além de uma simples operação policial. Estamos falando de soberania, de competências, e - por que não dizer? - de uma disputa política que parece não ter fim à vista.
O timing, convenhamos, não poderia ser pior. Com o crime organizado se fortalecendo a cada dia, essa falta de coordenação entre os governos é um prato cheio para as facções.
E Agora, José?
O que esperar dos próximos capítulos? Difícil dizer. O que sei é que, nesse cabo de guerra entre Lula e Tarcísio, quem pode sair perdendo somos todos nós, contribuintes e cidadãos comuns.
Enquanto isso, o metanol apreensivo aguarda destino, o PCC certamente já traça novos planos, e os governos... bem, os governos continuam seu embate político.
Uma pena que, no meio dessa toda confusão, o combate efetivo ao crime acabe ficando em segundo plano. Mas fazer o quê, não é mesmo? A política, às vezes, parece um jogo onde as peças principais são os egos, e não o bem-estar da população.