
Brasília, essa cidade que nunca dorme, foi palco de mais um episódio surreal nesta quarta-feira. Enquanto os ministros do Supremo Tribunal Federal debatiam pautas cruciais para o país, do lado de fora, um cidadão — vamos chamá-lo assim por falta de termo melhor — decidiu que era hora de botar fogo na coisa literalmente.
Pois é. Não é que o sujeito pegou e incendiou dois banheiros químicos ali na Esplanada dos Ministérios, bem no coração do poder federal? O caso, digno de roteiro de filme B, aconteceu por volta das 15h, horário em que a movimentação ainda era intensa.
O estopim? Aparentemente, uma mistura explosiva de frustração pessoal e — pasmem — insatisfação com o andamento de um julgamento no STF. Sim, você leu direito. Alguém achou que queimar banheiros públicos seria uma forma legítima de protesto judicial.
Caos instantâneo e resposta das autoridades
A fumaça, densa e escura, subiu rapidamente, criando um cenário de caos momentâneo. Seguranças e transeuntes, inicialmente desorientados, correram para conter as chamas antes que o serviço de bombeiros chegasse. A sorte é que ninguém se feriu — milagre, considerando a natureza imprevisível do fogo.
O autor do feito, um homem cuja identidade ainda não foi divulgada, foi detido no local. Pelas informações que circularam, ele não resistiu à prisão, mas também não demonstrou um pingo de arrependimento. Pelo contrário. Testemunhas disseram que ele vociferava contra o sistema, num misto de raiva e — sinto dizer — certa dose de confusão mental.
Um protesto mudo — e malcheiroso
O que leva uma pessoa a cometer um ato desses? Especialistas em comportamento — os de verdade, não os de internet — sugerem que pode ser um grito de desespero, uma tentativa desesperada de ser ouvido num mar de vozes. Só que, no final das contas, o que restou foi o cheiro de queimado e um prejuízo material que nós, contribuintes, é claro, vamos ter que bancar.
O STF, por sua vez, nem pestanejou. A sessão continuou como se nada tivesse acontecido lá fora. E talvez essa seja a maior metáfora de todas: enquanto as chamas consumiam sanitários portáteis, inside a corte decidia o futuro de milhões. Dois Brasis, separados por uma parede de vidro blindado.
O caso agora está com a Polícia Civil do DF. As acusações devem variar de dano qualificado ao patrimônio público a, dependendo do laudo médico, outras coisinhas mais. Uma coisa é certa: o indivíduo conseguiu, sim, chamar atenção. Mas pelo motivo absolutamente errado.