O ex-deputado Eduardo Cunha não conseguiu disfarçar a indignação. Quando soube que suas contas bancárias haviam sido bloqueadas por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, foi como se uma bomba relógio tivesse explodido. E as redes sociais foram o palco dessa explosão.
"Isso é perseguição política descarada!" - escreveu Cunha em caixa alta, num tuíte que rapidamente ultrapassou 10 mil interações. O tom era de quem não acreditava no que estava vivendo. Ou melhor, de quem não aceitava.
O estopim da crise
Tudo começou quando Moraes determinou o bloqueio de R$ 2,3 milhões pertencentes ao ex-parlamentar. O valor corresponde a multas aplicadas pela Justiça Eleitoral - e que, segundo o ministro, não estavam sendo pagas. Para Cunha, porém, a medida cheira a vingança.
"Querem me ver na miséria", disparou ele, num fio de tuítes que misturava acusações veladas com ameaças veladas. "Mas eu não me calo. O povo brasileiro sabe quem é quem nessa história."
Reações em cadeia
Enquanto isso, as redes fervilhavam:
- Apoiadores do ex-deputado chamavam a decisão de "arbitrária"
- Juristas lembravam que Cunha já foi condenado em primeira instância
- O humor não perdoou: memes comparavam a situação a um "dejavu da Lava Jato"
E Moraes? O ministro, que normalmente não se abala com críticas, mantinha o silêncio estratégico de sempre. Enquanto isso, nos bastidores, fontes próximas ao STF garantiam: "A decisão foi técnica, não pessoal". Será?
Uma coisa é certa: o caso reacendeu o debate sobre os limites do poder judiciário. Até onde vai a autonomia de um ministro? E quando medidas como essas deixam de ser jurídicas para se tornarem políticas? Perguntas que, convenhamos, não serão respondidas num tuíte.
Enquanto isso, Cunha promete recorrer. "Vamos até as últimas consequências", avisou. E, pelo visto, as redes sociais continuarão sendo seu megafone preferido. Resta saber por quanto tempo o dinheiro bloqueado vai segurar os custos dessa guerra judicial que, francamente, parece longe do fim.
