
Era para ser mais um dia comum na agitada Bogotá, mas o que aconteceu naquela tarde de quarta-feira deixou marcas profundas. Miguel Uribe Turbay, senador respeitado e voz ativa na política colombiana, foi vítima de um ataque brutal — um tiro certeiro que silenciou não apenas um homem, mas parte da esperança de um país.
O crime, executado com frieza que arrepiou até os mais experientes investigadores, aconteceu em plena luz do dia. Testemunhas contam que o político sequer teve tempo de reagir. "Foi tudo muito rápido", disse um vendedor ambulante que preferiu não se identificar — medo, esse companheiro constante em histórias como essa.
Repercussão imediata
Antes mesmo que o corpo chegasse ao IML, as redes sociais já fervilhavam. De um lado, consternação genuína; de outro, teorias conspiratórias que brotam como cogumelos após a chuva. O presidente Gustavo Petro não demorou a se manifestar, classificando o episódio como "ferida na frágil democracia colombiana".
Não é para menos. Turbay vinha de uma família com tradição política — seu pai, Álvaro Uribe, ex-presidente controverso que até hoje divide opiniões. Sangue azul? Talvez. Mas sangue derramado, isso é inegável.
O que se sabe até agora
- O ataque ocorreu por volta das 15h30 perto de seu escritório
- Autoridades suspeitam de crime político, mas não descartam outras motivações
- Nenhum grupo assumiu a autoria até o momento
- Segurança na região foi reforçada após o ocorrido
Curiosamente — ou tragicamente —, Turbay havia comentado sobre ameaças recebidas em entrevista recente. "É o preço que pagamos por pensar diferente", disse, com um sorriso cansado que agora ganha contornos proféticos.
Contexto preocupante
A Colômbia, esse país de contrastes violentos e belezas naturais deslumbrantes, vive uma escalada de violência política que preocupa observadores internacionais. Só neste ano, três candidatos a cargos eletivos foram assassinados. Números que fazem lembrar os anos 90, quando os cartéis ditavam as regras do jogo.
Especialistas ouvidos pela reportagem apontam para um cenário complexo: "Não se trata apenas de guerrilhas ou narcotráfico", explica o analista político Juan Camilo Restrepo. "Há uma fragmentação do poder violento que torna tudo mais imprevisível."
Enquanto isso, nas ruas de Bogotá, velas acesas e flores murchando diante de prédios governamentais contam uma história que relatórios oficiais não conseguem capturar. A pergunta que fica: até quando?