
O clima no Senado Federal está longe de ser dos melhores — e olha que já vimos algumas tempestades por lá. Nesta quarta-feira (17), o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), decidiu agir rápido após um desabafo público do senador Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que não economizou críticas ao colega.
Não foi um discurso qualquer. Eduardo, que carrega o sobrenome mais barulhento da política nacional, reclamou abertamente sobre o que chamou de "arrumação" no Senado. E aí, meu amigo, quando o assunto é arrumação em Brasília, todo mundo sabe que o buraco é mais embaixo.
Reunião de emergência nos bastidores
Alcolumbre, experiente como poucos, não deixou barato. Imediatamente após as declarações, convocou uma reunião emergencial com líderes partidários. O objetivo? Frear essa tal "arrumação" — termo que, no jargão político, pode significar desde mudanças em cargos de confiança até manobras mais complexas.
Fontes próximas ao presidente do Senado disseram que ele estava visivelmente incomodado. Não é todo dia que um bolsonaro resolve falar alto — ainda mais contra quem está no comando.
O que está em jogo?
Bem, a questão parece girar em torno de nomeações e espaço político. Eduardo Bolsonaro estaria insatisfeito com a distribuição de cargos e influência dentro da Casa. Ele quer mais voz — ou melhor, quer que seu grupo tenha mais voz.
Alcolumbre, por outro lado, tenta equilibrar um prato que não para de girar. Com um Congresso fragmentado e ânimos exaltados, sua missão é das mais complexas.
Curiosamente, essa não é a primeira vez que os dois se desentendem. A relação entre Alcolumbre e os bolsonaristas sempre foi… digamos, complicada. Mas agora a coisa escalou para o campo público.
E agora, José?
A reunião convocada por Alcolumbre deve definir os rumos dessa briga. Líderes partidários foram chamados para mediar o conflito e evitar que a situação se agrave.
O problema é que, no Senado, quando um elefante briga, a grama é que sai machucada. E no caso, a grama somos nós — o andamento dos trabalhos legislativos.
Restabelecer a governabilidade vai exigir jogo de cintura. Alcolumbre sabe disso melhor que ninguém. Com mais de duas décadas de Congresso, ele já viu crises piores — mas também sabe que fogo pequeno pode virar incêndio.
Enquanto isso, Eduardo Bolsonaro mantém seu estilo confrontador. Herdou do pai a tendência a polarizar — e parece disposto a usar essa cartada.
Os próximos dias serão decisivos. Ou encontram um meio-termo, ou a crise pode afetar projetos importantes em tramitação. Fiquemos de olho.