
A tarde desta terça-feira, primeiro de outubro, não seria diferente de qualquer outra em Epitaciolândia — até que se tornou. E que diferença, meu Deus. No bairro Bela Vista, uma daquelas áreas que normalmente só vê agitação quando tem jogo importante ou festa na praça, a rotina foi substituída por cenas de terror.
Era por volta das 16h quando tudo começou. Alguém — até agora não se sabe quem — avistou algo estranho num terreno baldio. Não era lixo, não era entulho comum. Era uma cova. E rasa, daquelas que dão arrepios só de imaginar.
Dentro, o pior pesadelo de qualquer comunidade: um corpo humano, já em estado avançado de decomposição. A notícia se espalhou feito rastro de pólvora, e em minutos o local que antes era apenas mais um terreno abandonado se transformou em palco de tragédia.
O que se sabe até agora?
A Polícia Civil chegou rápido, mas a cena já estava contaminada — e não me refiro apenas aos aspectos forenses. O choque nos rostos dos moradores era palpável. "A gente nunca viu nada assim por aqui", comentou um senhor que preferiu não se identificar, as mãos trêmulas segurando a cerca enquanto observava os peritos trabalhando.
O corpo é de um homem, mas a identidade? Mistério total. O estado de decomposição dificulta até o reconhecimento visual, quem dirá saber o que aconteceu com ele. A perícia vai ter trabalho — e como.
As perguntas que não calam
- Quem era este homem?
- O que o trouxe até aquele terreno — ou quem?
- Foi morto no local ou o corpo foi levado até lá?
- E a cova rasa — sinal de pressa, ou descaso com a vítima?
Perguntas que ecoam na cabeça de todos aqui. A Delegacia de Epitaciolândia assumiu o caso, mas até o momento as informações são escassas. Muito escassas, diga-se de passagem.
O que me deixa pensando — e deve estar deixando muita gente por aqui também — é o quão perto do cotidiano a violência pode estar. Um terreno que crianças passam indo para escola, onde adolescentes jogam bola nos fins de semana... e de repente, vira cenário de crime.
Enquanto a polícia segue com as investigações — e tomara que avancem rápido —, o clima em Epitaciolândia é de luto e apreensão. Uma comunidade que acordou pensando num dia comum e se vê, no fim da tarde, tentando entender como a normalidade pode ser tão frágil.