O Rio de Janeiro foi palco de uma megaoperação policial nesta terça-feira (29) que marca o início prático do Projeto Antifacção, uma nova frente de combate ao crime organizado que promete mudar as regras do jogo na segurança pública.
O que é o Projeto Antifacção?
Trata-se de uma estratégia integrada entre Ministério Público Federal (MPF), Polícia Civil e Polícia Federal para desarticular organizações criminosas que atuam em múltiplas frentes ilícitas. A operação desta terça cumpriu 12 mandados de busca e apreensão na Zona Oeste do Rio, incluindo os bairros de Realengo, Campo Grande e Santa Cruz.
Penas que chegam a 30 anos de prisão
O grande diferencial do projeto está na aplicação cumulativa de penas. Pela nova interpretação legal, membros de facções poderão responder por todos os crimes cometidos pela organização, não apenas por sua participação individual.
"A inovação do projeto está em responsabilizar integralmente os investigados por todos os crimes praticados pela organização criminosa", explica o MPF em nota.
Como funciona na prática?
- Investigados respondem por todos os crimes da facção
- Penas são somadas, podendo chegar a 30 anos
- Foco na desestruturação financeira das organizações
- Atuação coordenada entre diferentes esferas policiais
Alvo da operação
A investigação que culminou na operação desta terça começou em 2022 e apura a atuação de uma organização criminosa na Zona Oeste do Rio. Segundo as investigações, o grupo cometia diversos crimes, incluindo:
- Tráfico de drogas
- Milícia
- Lavagem de dinheiro
- Grilação de terras
- Desmatamento ilegal
As buscas visavam coletar provas documentais e digitais que comprovem a atuação integrada da organização em diferentes frentes criminosas.
Impacto no combate ao crime organizado
O Projeto Antifacção representa uma mudança de paradigma no enfrentamento ao crime organizado. A estratégia de somar penas e responsabilizar integrantes por todos os crimes da facção pode significar um duro golpe nas estruturas criminosas que atuam no estado.
Especialistas em segurança pública apontam que esta abordagem pode ser mais eficaz que as ações pontuais tradicionais, pois ataca a sustentação financeira e a estrutura operacional das organizações criminosas de forma integral.