
Imagine só: um programa de televisão, supostamente dedicado a comprar ouro e joias, servindo de fachada perfeita para uma rede de receptação que se estendia por três estados brasileiros. Pois é exatamente isso que a polícia desvendou numa operação que parece roteiro de filme.
A coisa toda começou a desmoronar com um roubo — daqueles audaciosos — em Santa Catarina. Dois caras simplesmente renderam os donos de uma joalheria e levaram um butim valioso. Só que aí veio a reviravolta: as investigações mostraram que aquelas peças não tinham sumido no mercado negro comum.
O Programa que Não Era o que Parecia
No centro do esquema, um programa de TV que anunciava compra de ouro e joias pelo país. Só que, segundo os investigadores, a parada era bem diferente. Eles suspeitam — e as evidências são fortes — que o tal programa servia mesmo era para esquentar as joias roubadas.
«A gente percebeu que tinha algo errado quando as mesmas peças apareciam em diferentes estados, sempre através desse mesmo canal», contou um delegado que preferiu não se identificar. Coincidência? Difícil acreditar.
Operação Fecha o Cerco
Nesta semana, a polícia botou a mão na massa — e as algemas nos pulsos. Foram 16 mandados de prisão executados, sendo 8 em São Paulo, 4 no Paraná e 4 em Santa Catarina. Teve até uma mulher que tentou fugir pela janela, mas não deu muito certo.
O butim apreendido é de fazer inveja a qualquer ourives: relógios de marcas luxuosas como Rolex e Omega, além de uma penca de joias de alto valor. Tudo meticulosamente catalogado pelos investigadores.
O Modus Operandi
O esquema funcionava com uma precisão assustadora. As joias roubadas eram levadas para o programa de TV, que — pasmem — fazia a avaliação e compra como se fosse tudo legal. Depois, as peças seguiam para São Paulo, onde eram «refrigeradas» (que é como esses caras chamam de deixar esfriar o rastro).
Só então as joias seguiam para o Paraguai, onde ganhavam novas identidades antes de voltarem ao Brasil como se fossem legítimas. Um ciclo perfeito — até que a polícia resolveu cortar o barato.
O que me faz pensar: quantos outros esquemas assim podem estar funcionando por aí, né? Às vezes a gente vê essas coisas na TV e não imagina o que pode estar por trás...
Os investigados agora respondem por associação criminosa e receptação qualificada. Se condenados, podem pegar até 12 anos de cana. E o programa de TV? Bom, esse já saiu do ar — mas a história com certeza vai dar o que falar.