
Era um esquema tão organizado que até dava inveja a algumas startups legítimas. A Polícia Civil do Rio de Janeiro acabou de desbaratar um laboratório de maconha que funcionava com um sistema de delivery tão eficiente quanto os apps de comida — só que, claro, ilegal.
Numa casa aparentemente comum no bairro de Campo Grande, Zona Oeste da cidade, os investigadores encontraram nada menos que 200 pés de cannabis sendo cultivados em estufas climatizadas. Parecia mais um episódio de Breaking Bad tropicalizado.
Como funcionava o esquema
Os traficantes — que obviamente assistiram muitos tutoriais no YouTube — montaram um sistema completo:
- Estufas com controle de temperatura e umidade (para a "qualidade do produto")
- Embalação profissional em saquinhos plásticos
- WhatsApp e Telegram como "cardápio digital"
- Motoqueiros com GPS para entregas rápidas
"Eles tinham até sistema de pontos para clientes frequentes", contou um delegado, misturando admiração técnica com repúdio moral.
A operaçãо
Quando a polícia invadiu o local, encontrou:
- 200 plantas em diferentes estágios de crescimento
- Equipamentos de cultivo avaliados em R$ 50 mil
- Celulares usados para administrar as vendas
- Dinheiro em espécie (porque cartão não rola nesse ramo)
Dois homens foram presos em flagrante — um deles tentou argumentar que era "apenas um jardineiro". Típico.
O que mais impressiona? A escala industrial do negócio caseiro. "Dava para abastecer meio bairro", comentou um agente, enquanto arrancava as plantas com um misto de satisfação e cansaço.
Enquanto isso, nas ruas do Rio, alguns usuários devem estar reclamando do "atraso na entrega" sem fazer ideia do que aconteceu nos bastidores. A vida moderna tem dessas ironias.