 
Uma operação de grande porte da Polícia Federal está desvendando os intricados fios que tecem o esquema de lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital, a facção criminosa mais poderosa do Brasil. No centro desta teia, está Gilberto Aparecido dos Santos, conhecido como 'Mijão', foragido da justiça e considerado o principal chefe da organização atualmente.
O império do crime sob investigação
A operação, batizada de 'Lava Jato do PCC', investiga a movimentação de aproximadamente R$ 1 bilhão através de uma complexa rede de empresas de fachada. Segundo as investigações, o dinheiro proveniente do tráfico de drogas, extorsão e outros crimes era 'limpo' através de:
- Postos de gasolina
- Empresas de transporte
- Negócios imobiliários
- Comércio de veículos
- Agronegócio
Quem é 'Mijão', o homem mais procurado
Gilberto Aparecido dos Santos não é um nome qualquer no mundo do crime. Com 55 anos de idade, ele ascendeu hierarquia do PCC após a morte de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, em 2023. Desde então, tornou-se o cérebro por trás das operações financeiras da facção.
O apelido peculiar - 'Mijão' - teria origem em seu hábito de urinar frequentemente devido a problemas de saúde. Mas por trás do codinome incomum, esconde-se um estrategista calculista que transformou o crime organizado em um império empresarial clandestino.
As buscas e apreensões
Nesta quarta-feira (30), as forças policiais cumprem:
- 16 mandados de busca e apreensão em São Paulo e Minas Gerais
- Apreensão de documentos contábeis e digitais
- Bloqueio de contas bancárias e bens
- Quebra de sigilo de empresas suspeitas
As investigações começaram há mais de dois anos, quando a Polícia Federal identificou transações financeiras suspeitas que ligavam empresas aparentemente legais a integrantes do PCC.
O modus operandi da lavagem
O esquema funcionava através de 'laranjas' - pessoas que emprestavam seus nomes para formalizar os negócios, enquanto o controle real permanecia com a facção. Os recursos do crime eram misturados com o faturamento legítimo das empresas, tornando praticamente impossível rastrear a origem ilícita do dinheiro.
'Estamos diante de uma organização criminosa que se profissionalizou. Eles agem como uma grande corporação, mas com métodos violentos', declarou um delegado da PF envolvido nas investigações.
A caça internacional
Embora 'Mijão' continue foragido, as autoridades acreditam que a operação atual compromete seriamente a estrutura financeira do PCC. A Interpol já emitiu alerta vermelho para sua captura, indicando que ele pode estar escondido em países vizinhos, principalmente no Paraguai.
Esta não é a primeira vez que o nome de Gilberto aparece em operações contra o crime organizado. Em 2019, ele foi alvo da Operação Calvário, que investigava a lavagem de dinheiro do tráfico internacional de drogas.
Enquanto as autoridades fecham o cerco contra o império financeiro do PCC, a população aguarda ansiosa por justiça e pelo desmantelamento definitivo de uma das organizações criminosas mais temidas do país.
 
 
 
 
