Receita Federal desmonta esquema bilionário do PCC: R$ 1 bi movimentado por empresas de fachada
PCC movimentou R$ 1 bi em esquema de lavagem, diz Receita

Um verdadeiro império financeiro montado pelo Primeiro Comando da Capital acaba de ser desmontado pela Receita Federal. A impressionante cifra de R$ 1 bilhão movimentada por empresas ligadas à facção criminosa veio à tona nesta quarta-feira, revelando uma sofisticação que surpreende até os investigadores mais experientes.

Parece coisa de filme, mas é a pura realidade: o esquema funcionava como uma máquina bem oleada, com empresas de fachada espalhadas por diferentes estados brasileiros. A investigação, que começou de forma discreta há meses, descobriu que o grupo criminoso utilizava negócios aparentemente legítimos para lavar dinheiro do tráfico e de outras atividades ilícitas.

Como funcionava a engrenagem bilionária

A complexidade do sistema é assustadora. As empresas — muitas delas no ramo de comércio e serviços — emitiam notas fiscais frias para simular operações comerciais que nunca existiram. O dinheiro sujo entrava como se fosse lucro de vendas legítimas, e saía "limpo" pelos canais formais da economia.

Os investigadores identificaram pelo menos 15 empresas envolvidas no esquema, algumas com CNPJ ativo há mais de cinco anos. A persistência e o planejamento mostram que não se tratava de uma operação improvisada, mas sim de uma estrutura pensada para durar.

Operação em andamento

Enquanto escrevo esta matéria, as ações da Receita Federal continuam em pelo menos três estados. Os agentes cumprem mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados. A expectativa é que novos detalhes surjam nas próximas horas.

O que mais chama atenção — além do volume astronômico de recursos — é a capacidade de adaptação do crime organizado. Eles não apenas burlavam o sistema, mas criavam um sistema paralelo dentro da legalidade. Uma ironia cruel, não?

Especialistas em combate ao crime financeiro já analisam os documentos apreendidos. A sensação entre eles é de que esta pode ser apenas a ponta do iceberg de uma operação ainda maior. Resta saber quantos outros bilhões circularam por essas mãos antes da intervenção das autoridades.

A Receita Federal promete divulgar mais informações ao longo do dia. Enquanto isso, o mercado financeiro já sente o impacto da notícia, especialmente nos setores onde as empresas-fantasma atuavam.