
Era madrugada quando as viaturas invadiram os bairros como um furacão — sem aviso, sem piedade. Dezenove homens, alguns ainda com os olhos pesados de sono, foram arrastados para a realidade gelada das algemas. A operação, batizada de "Paredão do Crime", não foi um passeio no parque: armas, drogas e celulares foram apreendidos como provas de um quebra-cabeça macabro.
O Norte-Noroeste do ES virou palco de uma caçada que durou meses. Investigadores mapearam ligações entre os suspeitos e uma sequência de assassinatos que deixou famílias em luto. "Eles agiam como se fossem intocáveis", comentou um delegado, enquanto vistoriava um arsenal que incluía até rifles de alto calibre.
Os números que assustam:
- 19 prisões em flagrante
- 7 endereços revistados
- R$ 200 mil em drogas apreendidas
- 15 armas de fogo (algumas com numeração raspada)
Curiosamente, dois dos detidos já tinham passagem pela polícia — mas o sistema os soltou. "É aquela história: a porta giratória do crime", resmungou um agente veterano, esfregando os olhos vermelhos de noites mal dormidas.
Moradores da região, entre aliviados e descrentes, observavam a cena de trás das cortinas. "Aqui virou terra sem lei", confessou uma senhora que pediu para não ser identificada — medo, claro, a língua mais falada nessas ruas.
E agora?
Os presos devem responder por homicídio qualificado, associação ao tráfico e posse ilegal de armas. Mas todos sabemos: enquanto houver demanda por drogas, esse filme terceirizado vai continuar tendo sequências. A polícia promete "novos capítulos" da operação. A população, cá entre nós, torce por um final feliz que nunca chega.