
Não foi um dia qualquer em Campo Grande. Logo cedo, o ronco de um helicóptero cortou o silêncio da madrugada — e não era filme de ação. Era a Operação Mira entrando em cena, com pelo menos 30 militares botando o pé no chão em bairros estratégicos da cidade. O alvo? Desmantelar redes de tráfico que, sabe-se lá por quanto tempo, vêm tirando o sossego da população.
Quem mora perto da região operada deve ter sentido o clima pesado. Afinal, quando a "máquina pública resolve apertar o cerco", como dizem por aí, o barulho é inevitável. Fardas, armamento pesado e aquele zunido característico de rotor no ar — tudo pra deixar claro: o jogo mudou.
O que se sabe até agora
Detalhes são poucos (afinal, operação em andamento é assim mesmo), mas fontes confirmam:
- Áreas periféricas foram o foco principal — e não é difícil imaginar o porquê
- Mandados de busca e apreensão rolaram soltos, enquanto suspeitos eram levados pra prestar esclarecimentos
- Droga apreendida? Óbvio. Quantidade ainda não divulgada, mas não deve ser pouca
E olha só a ironia: enquanto o helicóptero sobrevoava, alguns moradores — acostumados com a rotina violenta — até espiaram pelas janelas, sem muito alarde. "Mais um dia normal", comentou um deles, sob condição de anonimato. Triste realidade.
E agora, José?
Operações assim são como remédio amargo: necessárias, mas paliativas. A pergunta que fica é: depois que a poeira baixar e as câmeras forem embora, o que sobra? Especialistas já alertam — sem políticas públicas consistentes, o problema volta a brotar feito mato em terreno baldio.
Por enquanto, o saldo é positivo. Mas convenhamos: ninguém merece viver num cenário que parece "cidade sitiada". Campo Grande merece mais — e ações como a Operação Mira são só o começo de um caminho longo.