
A Justiça brasileira acaba de dar um importante golpe no financeiro do crime organizado na Baixada Santista. O contador Alexsander Rogério da Silva, acusado de movimentar impressionantes R$ 19 milhões para a facção criminosa conhecida como "Buzeira", teve seu pedido de prisão domiciliar negado pela 1ª Vara do Tribunal do Júri de Santos.
O papel do "contador do tráfico"
Alexsander não era um membro qualquer da organização criminosa. Segundo as investigações, ele atuava como o contador oficial da facção, sendo responsável por gerenciar e lavar todo o dinheiro obtido ilegalmente através do tráfico de drogas na região.
As movimentações financeiras sob sua responsabilidade incluíam:
- Pagamento de integrantes da facção
- Compra de drogas para revenda
- Aquisição de armas e munições
- Manutenção dos pontos de venda
Fundamentação da decisão judicial
O juiz Marcelo Oliveira da Costa foi categórico em sua decisão. Ele destacou que a soltura do acusado representaria risco concreto à ordem pública e poderia comprometer seriamente as investigações em andamento.
"A atuação do investigado na condição de contador da organização criminosa demonstra seu envolvimento profundo e essencial para o funcionamento do grupo", afirmou o magistrado em sua decisão.
Operação que desmantelou a facção
Alexsander foi preso durante a Operación Fênix, deflagrada em julho deste ano, que resultou na prisão de 25 integrantes da "Buzeira". A facção, que atuava principalmente nos bairros da Zona Noroeste de Santos, era considerada uma das mais perigosas da região.
A investigação revelou que o grupo não apenas dominava o tráfico local, mas também mantinha conexões com outras facções criminosas de grande porte, utilizando métodos sofisticados para lavagem de dinheiro.
Impacto na segurança pública
A manutenção do contador na prisão representa uma vitória significativa para as forças de segurança da Baixada Santista. Especialistas apontam que atingir o financeiro do crime organizado é uma das estratégias mais eficazes para desestabilizar essas organizações.
"Cortar o fluxo de dinheiro é como cortar o oxigênio do crime organizado", explica um delegado envolvido nas investigações, que preferiu não se identificar.
O caso continua sob sigilo judicial, e novas operações podem ser deflagradas a qualquer momento, conforme as investigações avançam sobre a estrutura financeira da facção criminosa.