Fraude milionária na mineração: chefes do esquema são transferidos para presídio de segurança máxima em Minas Gerais
Chefes de fraude na mineração vão para presídio federal

Dois dos principais chefes de uma sofisticada organização criminosa que atuava no setor de mineração foram transferidos para um presídio de segurança máxima em Minas Gerais. A operação, coordenada pela Justiça Federal, marca um novo capítulo no combate a crimes econômicos de grande escala no Brasil.

Esquema milionário desmontado pela polícia

Os investigados, identificados como Wanderson Rocha Pereira e Jhonatan Pereira de Souza, eram considerados "peças-chave" na estrutura criminosa que operava em múltiplos estados brasileiros. O grupo especializou-se em aplicar golpes milionários através de empresas fantasmas no setor mineral.

Modus operandi da fraude

A organização atuava de forma sistemática e bem estruturada:

  • Criação de empresas com CNPJ irregular para simular operações de mineração
  • Emissão de notas fiscais frias para dar aparência de legalidade às transações
  • Desvio de grandes quantidades de minério através de documentação falsa
  • Lavagem de dinheiro através de múltiplas contas bancárias e empresas de fachada

Transferência estratégica para Minas Gerais

A decisão de transferir os dois chefes do Presídio Federal de Campo Grande (MS) para Minas Gerais não foi aleatória. As autoridades judiciárias consideraram fatores cruciais:

  1. Segurança: Minas Gerais possui unidades prisionais com tecnologia avançada de vigilância
  2. Isolamento: Distância dos demais integrantes da organização que ainda estão soltos
  3. Investigação: Facilita o andamento dos processos judiciais relacionados ao caso

"A transferência faz parte da estratégia para quebrar a estrutura de comando da organização", explicou fonte do Departamento Penitenciário Federal.

Operação em andamento

As investigações começaram ainda em 2023 e já identificaram prejuízos superiores a R$ 10 milhões apenas nas operações iniciais. A Polícia Federal acredita que o esquema atuava há pelo menos três anos, com ramificações em Goiás, Mato Grosso do Sul e agora Minas Gerais.

Os dois presos respondem por crimes de:

  • Associação criminosa
  • Fraude contra o sistema financeiro
  • Lavagem de dinheiro
  • Falsidade ideológica
  • Crimes contra a ordem tributária

Impacto no setor mineral brasileiro

Especialistas alertam que esquemas como este prejudicam toda a cadeia produtiva da mineração:

"Essas fraudes não afetam apenas as vítimas diretas, mas toda a economia do setor. Empresas legítimas sofrem com a concorrência desleal e a desconfiança no mercado", analisa um consultor do setor mineral que preferiu não se identificar.

O caso continua sob sigilo judicial, e novas operações policiais são esperadas para capturar outros integrantes da organização que ainda estão foragidos.