Carrinhos de Supermercado Viram Tática para Transportar Drogas no Centro de SP
Carrinhos de supermercado usados para tráfico em SP

Quem diria, né? Aqueles carrinhos de supermercado — sim, aqueles mesmos que a gente enche de mantimentos no fim do mês — viraram peça-chave num esquema de tráfico de drogas no coração de São Paulo. A coisa foi tão bem armada que até a polícia se surpreendeu.

Numa operação de tirar o fôlego, a Divisão de Investigação sobre Entorpecentes (Dise) da Polícia Civil paulista botou a mão na massa — e nos carrinhos. Dois suspeitos foram detidos, e olha só o que encontraram: mais de 20 quilos de maconha, um tanto de cocaína, crack e até dinheiro vivo. Tudo escondido com uma criatividade que beira o absurdo.

Não era qualquer carrinho, não. Os caras adaptaram os equipamentos com fundos falsos — uma engenhoca pra ninguém desconfiar. “Parecia coisa de filme”, comentou um dos investigadores, que preferiu não se identificar. “A gente vê de tudo, mas essa foi nova.”

Como o esquema funcionava?

Os carrinhos circulavam como se fossem de entregadores comuns, misturando-se à paisagem urbana. Às vezes, iam parar em pontos de ônibus; outras, em vielas movimentadas. A carga ilegal ficava escondida no compartimento secreto, enquanto em cima, produtos comuns — arroz, feijão, umas caixas de sabão — davam o ar de normalidade.

Os investigados já tinham passagem pela polícia. Um deles, inclusive, respondia por tráfico — e agora, com essa nova artimanha, a coisa ficou ainda mais séria. A operação foi batizada de “Placebo”, e não foi à toa: a ideia era justamente combater a falsa sensação de segurança que o método dos traficantes tentava criar.

E não para por aí. A polícia suspeita que o esquema ia além. Dinheiro, documentos falsos e até armamentos leves estariam envolvidos — uma teia que começa a ser desmontada agora, mas ainda tem muito pano pra manga.

O que isso revela sobre o crime na cidade?

É assustador como o tráfico se adapta, não é mesmo? Usar algo tão banal — um carrinho de supermercado! — mostra o nível de ousadia e criatividade que o crime organizado atingiu. E no centro de SP, onde o movimento é intenso e anônimo, a estratégia fazia ainda mais “sentido” — se é que podemos dizer isso.

Moradores e comerciantes da região já vinham estranhando a movimentação, mas poucos imaginavam o que se escondia por trás daqueles carrinhos aparentemente inofensivos. “Só descobrimos com a operação”, contou uma vendedora que trabalha na região há dez anos. “É de cair o queixo.”

A investigação continua — e, segundo a polícia, outros pontos de venda e logística do grupo estão sendo mapeados. Ou seja: isso foi só a ponta do iceberg.