
Numa ação que deixou a cidade de Cuiabá em polvorosa, a Polícia Civil prendeu nesta quinta-feira (15) um biomédico suspeito de comandar uma verdadeira "indústria" de fraudes em exames laboratoriais. O esquema — que já durava pelo menos dois anos — teria causado danos irreparáveis a centenas de pacientes.
Segundo investigadores, o profissional da saúde "dava um jeitinho" nos resultados de exames para beneficiar planos de saúde e clínicas particulares. "Era como se o laudo fosse um rascunho que podia ser alterado conforme a conveniência", desabafou um delegado que pediu para não ser identificado.
Operação foi batizada de "Laudo Final"
A operação, que recebeu o nome sugestivo de "Laudo Final", mobilizou 25 policiais e cumpriu 5 mandados de busca e apreensão. Entre os materiais apreendidos, computadores e documentos que comprovariam a adulteração sistemática de exames — desde simples hemogramas até complexos testes genéticos.
- Falsificação de documentos
- Formação de quadrilha
- Crimes contra a saúde pública
O que mais chocou os investigadores foi a escala do esquema. "Não era um erro isolado, mas uma linha de produção de laudos falsos", comparou um perito criminal. Em alguns casos, pacientes receberam diagnósticos completamente inventados — imagine o susto de quem descobriu que estava saudável depois de meses de tratamento desnecessário!
Rede envolvia até "laranjas"
O modus operandi era digno de roteiro de filme: o biomédico usava "laranjas" para abrir laboratórios fantasmas, enquanto controlava tudo nos bastidores. "Ele trocava de CNPJ como quem troca de camisa", relatou um dos investigadores.
Os prejuízos? Incalculáveis. Além do óbvio risco à saúde das vítimas, o esquema sugou milhões dos cofres públicos através de convênios fraudulentos. E olha que essa é só a ponta do iceberg — a polícia suspeita que o esquema possa ter ramificações em outros estados.
Enquanto isso, na cadeia, o biomédico alega inocência. Seus advogados afirmam que tudo não passa de "interpretação equivocada de laudos técnicos". Mas os investigadores não compram essa versão: "Quando você encontra o mesmo "erro" repetido 200 vezes, deixa de ser acidente para virar método".