
Era uma tarde como qualquer outra no bairro periférico de Maceió — até que o silêncio foi quebrado por gritos. Aos 17 anos, Maria (nome fictício) tinha planos simples: terminar o ensino médio e trabalhar com moda. Mas o destino, cruel e impiedoso, tinha outros planos.
Segundo a Delegacia de Homicídios, a adolescente foi executada a sangue frio após circular um boato — totalmente infundado — de que ela teria "dedurado" integrantes de uma facção local. "Ela nem sabia quem eram esses caras", desabafa uma vizinha, ainda em choque.
O que se sabe até agora:
- O crime ocorreu na última terça-feira (12), num beco mal iluminado da Vila dos Pescadores
- Testemunhas ouvidas pela polícia relatam ter visto dois homens em uma moto sem placa
- A vítima recebeu pelo menos 5 tiros à queima-roupa — execução típica do crime organizado
O delegado responsável pelo caso, que prefere não se identificar, foi categórico: "Isso aqui é trabalho de amador. Mataram uma inocente por puro achismo". E completa, com a voz carregada de cansaço: "A gente tá vendo cada barbaridade nesse bairro que parece até filme de terror".
Enquanto isso, a família da jovem se despede entre lágrimas e perguntas sem resposta. A mãe, que trabalha como diarista, não consegue entender como uma fofoca sem pé nem cabeça tirou a vida da única filha. "Ela era a luz daqui de casa... agora só sobrou escuridão", diz, segurando uma foto da menina sorridente.
O outro lado da moeda
Moradores da região — que pedem anonimato por medo de represálias — contam que o clima está pesado. "Todo mundo com medo de ser o próximo", sussurra um comerciante, olhando para os lados antes de falar. A polícia prometeu reforçar o patrulhamento, mas sabe-se lá se isso vai adiantar.
Pra piorar, circulam nas redes sociais áudios ameaçadores contra quem "ficar de conversa fiada". Uma verdadeira caça às bruxas digital. O Ministério Público já foi acionado pra investigar esses conteúdos.
Enquanto a justiça não chega — se é que vai chegar —, resta à comunidade conviver com o medo e a pergunta que não quer calar: quantos mais vão morrer por causa de mentiras?