Era uma quadrilha que funcionava como uma máquina bem oleada — roubavam caminhões como quem vai ao supermercado fazer compras. Mas essa farra acabou de forma abrupta.
Numa ação que lembra aqueles filmes de ação — só que na vida real —, as polícias civis de São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e Paraná fecharam o cerco contra uma organização criminosa que tinha o roubo de caminhões como especialidade. A operação, batizada de Salvaguarda, resultou na prisão de nada menos que 29 suspeitos.
O esquema era simples, porém eficiente:
- Roubavam os caminhões — principalmente modelos mais novos e de alto valor
- Levavam para desmanches clandestinos espalhados pelos estados
- Desmontavam as carretas peça por peça, como quebra-cabeças gigantes
- Revendiam as partes no mercado paralelo
E pensar que tudo acontecia debaixo dos nossos narizes. Os criminosos agiam com uma ousadia impressionante, transformando veículos inteiros em mercadoria fragmentada em questão de horas.
As Provas que Não Deixam Dúvidas
Durante as buscas, os policiais encontraram um verdadeiro arsenal de evidências: 17 veículos, sendo 12 caminhões — alguns já meio desmontados —, 3 carros de passeio e 2 motos. Mas não parou por aí.
Também apreenderam 11 celulares (imagino as conversas que devem ter por lá), R$ 8.500 em dinheiro vivo — provavelmente fruto dos últimos 'negócios' — e documentos que estão sendo analisados com lupa pelos investigadores.
O que mais choca é a frieza com que essa turma operava. Eles não roubavam qualquer caminhão — tinham preferência por modelos específicos, mais fáceis de desmanchar e com peças de maior valor no mercado negro.
Um Problema que Vai Além do Roubo
Essa história toda vai muito além de simplesmente recuperar veículos. Cada caminhão roubado representa:
- Prejuízo para o caminhoneiro que depende do veículo para trabalhar
- Aumento do custo do frete para todos nós
- Mais caro no seguro desses veículos
- Insegurança nas estradas
É uma cadeia negativa que acaba atingindo o bolso de todo mundo, direta ou indiretamente.
A operação Salvaguarda mostra que, quando as polícias trabalham em conjunto, os resultados aparecem. E que o crime, por mais organizado que pareça, sempre acaba deixando rastros — basta saber procurar.
Agora, os investigados respondem por formação de quadrilha e receptação. Resta saber quantos outros esquemas similares ainda operam por aí, nos cantos escuros das nossas estradas.
