O governador Tarcísio de Freitas jogou um balde de água fria nas especulações que circulavam por aí. Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, ele foi taxativo: não há nenhum indício que ligue o Primeiro Comando da Capital aos trágicos casos de intoxicação por metanol que assustaram São Paulo.
"A gente precisa separar o joio do trigo", afirmou o governador, com aquela cara séria de quem não está para brincadeira. "As investigações mostram que as vítimas consumiram a mesma bebida, mas isso não significa, nem de longe, participação do crime organizado."
O que realmente aconteceu?
A história é mais complexa do que parece. As vítimas - cinco pessoas que não resistiram à contaminação - ingeriram uma bebida específica. Uma daquelas que se compra em boteco de esquina, sabe como é? O problema é que o líquido estava adulterado com metanol, um álcool altamente tóxico que pode cegar ou matar em poucas horas.
O secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, foi ainda mais direto: "Não temos elementos que sustentem essa tese do PCC". Palavras duras, que cortam como faca as teorias da conspiração que pipocavam nas redes sociais.
E agora, José?
Enquanto isso, a polícia trabalha a todo vapor. As investigações seguem por dois caminhos principais: rastrear a origem da bebida contaminada e descobrir como essa porcaria parou nas mãos dos consumidores. Uma tarefa das mais complicadas, diga-se de passagem.
O que me preocupa - e muito - é que casos assim mostram uma vulnerabilidade assustadora no nosso sistema de fiscalização. Como é que bebidas adulteradas continuam circulando por aí? Parece que estamos sempre correndo atrás do prejuízo, nunca na frente.
As vítimas, coitadas, eram pessoas comuns. Trabalhadores que foram tomar uma cerveja depois do serviço e se depararam com essa tragédia. Me dá um aperto no coração só de pensar.
O governo promete medidas mais rigorosas de controle, mas cá entre nós: quantas vezes já ouvimos essa promessa? O que precisamos é de ação, e ação rápida, antes que mais vidas se percem nesse jogo mortal de roleta russa com bebidas adulteradas.
