Justiça manda a júri popular quatro acusados por ataque violento a assentamento do MST em Tremembé
Quatro réus vão a júri por ataque ao MST em Tremembé

Eis que a Justiça finalmente tomou uma decisão que ecoa como um trovão no vale do Paraíba: quatro homens vão enfrentar um júri popular pelaquele ataque assustador ao assentamento do MST em Tremembé. A coisa foi feia, gente - pra não dizer aterrorizante.

O caso remonta àquela madrugada de 20 de outubro de 2023, quando o silêncio da zona rural foi quebrado por vozes ameaçadoras e o estampido seco de armas de fogo. Um grupo invadiu o acampamento como se fosse dono do lugar, mas trazendo na ponta dos dedos não documentos de propriedade, e sim puro terror.

Os números falam por si: pelo menos doze famílias foram vítimas diretas da investida. As perdas materiais? Calculadas em mais de R$ 150 mil - dinheiro que para essas pessoas representa praticamente tudo. Mas como colocar na planilha o medo que ficou plantado como erva daninha?

Os quatro nomes no banco dos réus

Diego Aparecido da Silva, Éder Rosa da Silva, João Batista de Oliveira e mais um que a Justiça mantém sob sigilo - este quarto indivíduo teve a identidade preservada, mas não a ficha suja. Todos respondem por formação de quadrilha e dano qualificado, aquelas acusações que deixam marca permanente.

O Ministério Público, é claro, não poupou argumentos. Alegou que os crimes foram cometidos com violência - algo óbvio para quem estava lá - e com impossibilidade de defesa das vítimas. Como se defender de homens armados que chegam de madrugada?

O longo caminho até o júri

O processo judicial parece aquela estrada de terra que nunca acaba. A defesa tentou de tudo: primeiro alegou que não havia indícios suficientes. Depois, que as testemunhas não eram confiáveis. A Justiça, porém, foi categórica: há elementos mais que suficientes para mandar o caso a júri popular.

E aqui começa outra história - a do julgamento pela sociedade. Serão cidadãos comuns, talvez agricultores como as vítimas, talvez urbanoides que nunca viram um assentamento, que decidirão o destino desses quatro homens.

O caso aconteceu em Tremembé, mas ecoa por todo o país. Afinal, quantos conflitos assim acontecem sem chegar ao conhecimento da Justiça? Quantas famílias são intimidadas e calam por medo?

Resta agora aguardar. O calendário judicial é lento como enxada em terra seca, mas a decisão de hoje já representa um alívio para quem acreditava que a impunidade fosse prevalecer. O júri popular marcará, enfim, o capítulo final dessa história triste - ou pelo menos o início de uma nova fase.