
O que começou como um domingo tranquilo no interior cearense terminou em tragédia. Parece que a violência não escolhe hora nem lugar — e dessa vez ela bateu à porta do poder público.
Por volta das 21h30 de ontem, a rotina pacata de Aurora foi quebrada por rajadas de tiros. E não eram fogos de artifício, não. Quem ouviu sabe a diferença — aquele estampido seco que congela o sangue.
Francisco Ronaldo Feitosa, o homem no centro dessa história terrível, era procurador do município. Trabalhava com leis, processos, papelada. Mas naquela noite, a lei do mais forte — ou melhor, a do mais armado — prevaleceu.
O cenário do crime
A Rua José Leite Sombra, normalmente um lugar tranquilo, virou palco do pior tipo de drama. Testemunhas contam que ouviram pelo menos oito disparos. Oito! Isso não é acerto de contas, é execução.
Quando a Polícia Militar chegou, encontrou Francisco Ronaldo já sem vida. No corpo, múltiplos impactos de bala. A cena era tão brutal que até os policiais mais experientes ficaram consternados.
Quem era a vítima?
Francisco não era um nome qualquer na cidade. Como procurador municipal, ele mexia com interesses — e, convenhamos, interesses públicos muitas vezes conflitam com privados. Será que alguém não gostou de alguma decisão? Algum processo? Alguma ação que ele moveu?
Essas são as perguntas que agora martelam na cabeça dos investigadores. Porque crimes assim raramente são aleatórios. Alguém mandou matar. Alguém pagou. Alguém tinha motivos.
E agora, o que acontece?
O caso já está nas mãos da Delegacia de Homicídios de Juazeiro do Norte. Eles que vão desvendar esse emaranhado — se é que vão. Porque no interior, às vezes, as pistas esfriam rápido demais.
Enquanto isso, o corpo de Francisco Ronaldo foi levado para o IML de Juazeiro. A família — ah, a família — deve estar despedaçada. Imagina receber uma notícia dessas num domingo à noite?
A Secretaria de Segurança Pública do Ceará emitiu uma nota dizendo que "está acompanhando as investigações". Mas será que isso basta? A população de Aurora, com pouco mais de 25 mil habitantes, deve estar se perguntando: quem será o próximo?
O que me deixa pensando: até quando cidades pacatas do interior vão virar cenário de crimes que pareciam restritos aos grandes centros? A violência está se espalhando feito praga — e ninguém está seguro.