
Era para ser mais um dia comum no sertão paraibano, mas o que a Polícia Civil encontrou numa propriedade rural de São Bento deixou até os investigadores mais experientes de queixo caído. Uma plantação profissional de maconha, com mais de mil pés cuidadosamente cultivados, funcionando a pleno vapor no meio do semiárido.
Cinco pessoas — três homens e duas mulheres — não tiveram tempo nem de disfarçar a surpresa quando os agentes chegaram. Apreendidos em flagrante, eles agora respondem por cultivo ilegal de plantas psicotrópicas, crime que pode render uma boa temporada atrás das grades.
Estrutura montada para produção em escala
O que chama atenção — e aqui é preciso fazer uma pausa para digerir a audácia — é que não se tratava de um cultivo caseiro, daqueles de fundo de quintal. Os policiais descreveram uma operação quase industrial: estufas improvisadas, sistema de irrigação profissional, tudo montado com know-how técnico que impressiona pela ousadia.
"Quando a gente vê uma estrutura dessas no meio do sertão, fica claro que não era para consumo próprio", comentou um dos investigadores, que preferiu não se identificar. "Era negócio, e dos grandes."
Operação foi resultado de denúncias
Parece que a vizinhança não engoliu a história do "cultivo de plantas medicinais". Moradores da região começaram a estranhar o movimento incomum na propriedade e — sabe como é — o boato correu mais rápido que cavalo no pau-de-arara. As denúncias chegaram à polícia, que montou uma operação discreta para confirmar as suspeitas.
E confirmou, com sobras. Quando os agentes invadiram o local, encontraram não só a plantação, mas também uma quantidade considerável da erva já seca e embalada, pronta para distribuição. Um negócio que, nas contas da polícia, movimentaria centenas de milhares de reais no mercado ilegal.
Os presos e o que vem por aí
Os cinco detidos — todos adultos entre 25 e 45 anos — foram levados para a delegacia de São Bento. Lá, passaram por interrogatório e já começaram a delinear a rede de envolvidos. A polícia não descarta que mais pessoas estejam ligadas ao esquema, especialmente na parte da comercialização.
Enquanto isso, os mil e tantos pés de maconha foram destruídos no local. Uma operação que, pelo menos por enquanto, cortou o suprimento de uma rede que parecia estar se expandindo pela região.
Resta saber — e essa é a pergunta que fica — quantos outros empreendimentos ilegais como esse funcionam sob o sol escaldante do sertão, longe dos olhos da lei. Por hoje, pelo menos, um deles deixou de existir.