
Não foi dessa vez que Leo Lins conseguiu reverter sua condenação. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro manteve a decisão que pune o humorista por injúria racial — e a internet está dividida entre "justiça feita" e "censura disfarçada".
O caso, que já rendeu páginas e páginas de discussão, começou com uma piada que ultrapassou (e muito) a linha do aceitável. Durante um show em 2019, Lins mirou seu humor ácido em características físicas de um espectador negro. O que ele achou "apenas engraçado", o Judiciário classificou como crime.
Recurso rejeitado: a sentença está mantida
A Quarta Câmara Cível do TJ-RJ foi categórica: não viu qualquer ilegalidade na condenação anterior. O comediante terá que pagar R$ 15 mil em danos morais — valor que, convenhamos, não vai deixá-lo na miséria, mas serve como alerta.
"Quando a brincadeira fere direitos fundamentais, ela deixa de ser brincadeira", destacou um trecho do voto do desembargador relator. E olha que o magistrado até tentou ser compreensivo: reconheceu que o humor é "essencial", mas lembrou que liberdade de expressão não é carta branca para ofender.
O outro lado da moeda
A defesa de Lins — que insiste em dizer que tudo não passa de "mimimi" — argumentou que:
- O contexto cômico justificaria o conteúdo
- Não houve intenção discriminatória
- O valor da indenização seria abusivo
Os juízes, no entanto, não compraram essa versão. Pra eles, ficou claro que a piada reforçava estereótipos racistas — daqueles que doem mesmo quando vêm com sorriso.
E aí? Onde fica o limite entre humor e ofensa? Essa discussão tá longe de acabar, mas uma coisa é certa: os tribunais brasileiros estão mostrando cada vez menos paciência com "brincadeiras" que perpetuam discriminação.
Enquanto isso, Leo Lins segue sua carreira — agora com mais um tropeço judicial no currículo. Resta saber se ele vai aprender a lição ou continuar testando os limites da lei em nome do riso fácil.