
O caso que chocou Bauru segue seu curso na Justiça com as audiências de instrução do processo que investiga o desvio de R$ 2,3 milhões dos cofres da APAE do município. As sessões, que começaram em agosto, revelam detalhes alarmantes sobre como recursos destinados à saúde eram sistematicamente desviados.
Doze réus no banco dos acusados
No centro do processo estão doze pessoas, incluindo a ex-presidente da instituição, Maria Lúcia Prado Nogueira. Todos respondem pela suposta apropriação indébita de verbas públicas entre os anos de 2017 e 2021.
Como funcionava o esquema
As investigações apontam que os desvios ocorriam através de:
- Pagamentos de serviços fantasmas ou superfaturados
- Notas fiscais irregulares emitidas por empresas laranja
- Transferências bancárias para contas de envolvidos
- Saques em espécie sem comprovação de destino
Próximos passos do processo
O juiz Marcelo Nunes Marcelino marcou as próximas audiências para 4 e 5 de novembro. Nestas datas, estão previstos os depoimentos de mais testemunhas de acusação e defesa.
Até o momento, o andamento processual inclui:
- Oitiva de testemunhas-chave do Ministério Público
- Apresentação de documentos contábeis como prova
- Análise de extratos bancários e movimentações financeiras
- Depoimentos de funcionários da instituição
Impacto nos assistidos
O desvio de recursos atingiu em cheio os serviços prestados pela APAE à comunidade. A instituição, que atende pessoas com deficiência intelectual e múltipla, viu projetos serem interrompidos e atendimentos reduzidos durante o período dos supostos desvios.
A população de Bauru acompanha com atenção o desenrolar do caso, que representa um dos maiores escândalos de corrupção envolvendo instituições filantrópicas na região nos últimos anos.