
Era uma tarde cinzenta de julho quando a sentença finalmente saiu — 25 anos de prisão. O assassino do cacique Pataxó, crime que deixou marcas profundas no sul da Bahia, não escapou da justiça. E olha que tentou...
O caso, que completa dois anos agora em 2025, começou com um conflito por terras — daqueles que a gente já viu demais no Brasil. Só que dessa vez terminou em sangue. O líder indígena, respeitado por sua comunidade, foi emboscado a caminho de uma reunião. Dois tiros nas costas. Frio. Calculado.
O julgamento que parou a região
Durante três semanas, o fórum de Porto Seguro virou palco de um drama intenso. De um lado, familiares do cacique com seus cocares e lágrimas. Do outro, o acusado — um fazendeiro de 54 anos que nem pestanejou ao ouvir o veredito.
"Essa condenação é um alívio, mas não apaga nossa dor", disse uma das filhas da vítima, enxugando os olhos com as mãos tremulas. A promotoria conseguiu provar que o crime foi premeditado — mensagens no celular do réu deixaram isso claro como água.
Números que assustam
Enquanto isso, os dados do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) mostram um cenário alarmante:
- 38 indígenas assassinados em 2024
- 72% dos casos relacionados a conflitos fundiários
- Apenas 15% resultaram em condenações
Ou seja, essa sentença na Bahia é exceção, não regra. E isso é pra fazer a gente pensar — será que a justiça está mesmo funcionando pra todos?
O advogado de defesa, todo engomado, já anunciou recurso. "Vamos até as últimas consequências", disparou pra imprensa, enquanto ajustava a gravata. Já os Pataxós, eles seguem em luta — pela terra, pela memória do cacique, e por justiça que ainda tarda pra tantos outros.