
Imagine a cena: são 4h20 da madrugada em um hospital público no interior de São Paulo. Corredores silenciosos, pouca iluminação e aquele cheiro característico de antisséptico que impregna o ar. Foi nesse cenário de aparente normalidade que um indivíduo simplesmente... agiu. E que ação!
O sujeito — que parecia saber exatamente o que estava fazendo — dirigiu-se calmamente até a parede onde ficava o registro geral do sistema de oxigênio. Sem hesitar, girou a válvula e cortou o fornecimento do gás vital para dezenas de pacientes que dependiam dele para... bem, para respirar.
O que as câmeras captaram
O vídeo de vigilância é arrepiante. Mostra o homem, vestindo uma camiseta escura e calça clara, manipulando o equipamento com uma naturalidade perturbadora. Ele não parece nervoso, não olha para os lados com receio de ser pego. Executa o movimento e vai embora como se tivesse acabado de regar as plantas, não de comprometer o fornecimento de oxigênio médico.
O pior? A malfadada aventura aconteceu no Hospital Estadual de Itapeva, na região sudoeste paulista, na última terça-feira (9). Um lugar que deveria ser santuário de cuidado se transformou em palco de uma temeridade sem tamanho.
As consequências imediatas
O que acontece quando se desliga o oxigênio em um hospital? Alarme soa, né? Pois é, mas aí que vem o detalhe macabro: o tal registro não estava conectado ao sistema de alarmes. Só perceberam a falha quando os medidores de oxigênio nos leitos começaram a cair assustadoramente.
Funcionários correram, o rebuliço foi geral. Felizmente — e isso é um alívio —, conseguiram reestabelecer o fornecimento a tempo. Nenhum paciente sofreu danos mais sérios, mas a sensação de vulnerabilidade ficou estampada em cada profissional da unidade.
Quem é o autor?
A Polícia Civil já identificou o suspeito. Trata-se de um homem de 43 anos que, pasmem, não era um paciente. Também não era um visitante desorientado. Era um funcionário terceirizado que prestava serviços de manutenção no hospital. Sim, você leu direito.
O motivo? Ainda é um mistério completo. Ninguém entende o que se passava na cabeça dele. Revolta pessoal? Problema mental? Um ato de sabotagem premeditado? As investigações vão ter que desvendar esse quebra-cabeça perturbador.
E agora, o que muda?
O caso acendeu um alerta vermelho sobre a segurança em unidades de saúde. Como um sistema tão crítico pode ficar tão vulnerável? A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo já se manifestou, condenou o ato e garantiu que vai apurar tudo nos mínimos detalhes.
Enquanto isso, o funcionário foi afastado e responderá criminalmente pelo caso. Ele deve ser indiciado por crime de perigo para a vida ou saúde de outrem. Uma pena que pode chegar a um ano de detenção, mais multa.
Uma história que parece roteiro de filme, mas aconteceu de verdade aqui do nosso lado. E serve de lembrete: às vezes, o perigo mora mesmo é dentro de casa. Ou melhor, dentro do hospital.