
Aconteceu uma dessas situações que mais parecem roteiro de filme, mas são a pura realidade. Na última segunda-feira, o deputado estadual Rodrigo Amorim (PL-RJ) acabou se tornando vítima de um golpe tão criativo quanto criminoso.
Imagine a cena: um sujeito, se passando por jornalista — coisa séria —, tenta extorquir dinheiro de um parlamentar. O audacioso golpista, identificado como Carlos Henrique da Silva, de 31 anos, não mediu consequências na hora de inventar essa história.
O golpe desmontado
A estratégia era simples, porém arriscadíssima. Silva entrou em contato com o deputado fingindo ser repórter. Só que a conversa rapidamente descambou para ameaças veladas e a clássica chantagem financeira. O que o golpista não contava era com a reação do parlamentar.
Rodrigo Amorim, que já enfrentou suas polêmicas na Assembleia Legislativa, não ficou de braços cruzados. Em vez de ceder à pressão, acionou imediatamente a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI). E aqui começa a parte boa da história.
A armadilha perfeita
Os policiais da DRCI não perderam tempo. Orientaram o deputado a marcar um encontro com o falso jornalista, como se fosse efetuar o pagamento da quantia exigida. O local combinado? Um estacionamento de shopping na Zona Sul do Rio — palco perfeito para a cilada.
Quando Carlos Henrique apareceu no ponto combinado, achando que sairia com o dinheiro na mão, foi recebido por uma equipe policial que o prendeu em flagrante delito. Sabe aquele momento em que o plano perfeito desaba? Foi exatamente isso.
Nas investigações preliminares, descobriu-se que o golpista não era nenhum iniciante. Tinha passagem pela polícia por estelionato — especialidade da casa, pelo visto.
O que diz a lei
O caso foi registrado como extorsão, crime previsto no artigo 158 do Código Penal, com pena que varia de 2 a 7 anos de reclusião, além de multa. A falsa identidade de jornalista ainda pode acrescentar outros tipos penais à acusação.
O delegado responsável pelo caso foi enfático: "A população precisa ficar atenta a golpes assim, que se aproveitam de figuras públicas para aplicar chantagens. Mas também serve de alerta para quem pensa em cometer esse tipo de crime — a polícia está de olho".
Enquanto isso, Carlos Henrique responde ao processo na cadeia. Já o deputado Amorim segue com sua agenda política, mas agora com uma história inusitada para contar — aquela vez em que um golpista subestimou tanto sua honestidade quanto sua sagacidade.
Coisas do Rio, não é mesmo? Às vezes a realidade supera qualquer ficção.