
Era pra ser mais um dia comum na pequena cidade do interior paranaense. Mas o que começou como uma aventura inocente quase terminou em tragédia. Dois irmãos — ele com 10 anos, ela com 8 — sumiram de casa sem deixar rastro. A motivação? Queriam conhecer pessoalmente seu ídolo da internet.
"Eles assistiam todos os vídeos dele, achavam que podiam reproduzir cada brincadeira", conta a mãe, ainda abalada. A voz dela treme ao lembrar as horas de angústia até reencontrar os filhos a 15km de distância, perto de uma rodovia movimentada.
O perigo por trás das telas
O caso aconteceu em Pato Branco, mas poderia ter sido em qualquer lugar. Especialistas alertam: crianças não distinguem totalmente realidade e fantasia. "Quando um youtuber faz algo arriscado, elas interpretam como convite", explica a psicóloga infantil Marília Campos.
Os pequenos levaram:
- Um celular velho (sem chip)
- Roupas extras
- Lanches improvisados
Planejamento de criança, né? Mas o susto foi de adulto. A polícia encontrou os irmãos graças a uma denúncia de caminhoneiros — que estranharam ver crianças sozinhas naquele trecho perigoso.
Lições que ficam
Desde o ocorrido, a família reforçou os cuidados. "Agora explicamos que vídeo é entretenimento, não manual de instruções", diz a mãe. E o influenciador? Mudou o tom dos conteúdos, incluindo alertas sobre não copiarem as "brincadeiras".
Fica o questionamento: até que ponto os criadores de conteúdo pensam no impacto real de seus vídeos? Enquanto isso, famílias pelo Brasil reforçam o diálogo em casa — porque, como diz o ditado, melhor prevenir que... bem, você sabe.