Adolescente autista de 14 anos dirige ônibus por 5 km em Uberaba e só para após bater em carro
Autista de 14 anos dirige ônibus por 5 km em Uberaba

Imagine a cena: uma tarde comum em Uberaba, o vai e vem habitual do transporte público, quando de repente... a rotina vira caos. Um garoto de apenas 14 anos, dentro do espectro autista, simplesmente tomou o controle de um ônibus coletivo e saiu dirigindo como se fosse coisa mais normal do mundo.

E não foi um trechinho não — o adolescente percorreu nada menos que cinco quilômetros pelas ruas da cidade, com passageiros a bordo e tudo. O que deve ter passado pela cabeça dessas pessoas? Dá pra imaginar a confusão, o susto, aquele misto de incredulidade e medo.

Uma jornada improvável pelas ruas da cidade

Segundo as informações que consegui apurar, o motorista original havia simplesmente abandonado o veículo com as chaves ainda na ignição. Um convite irresistível, parece, para o jovem que viu naquela situação uma oportunidade de viver uma aventura sobre rodas.

E que aventura! Cinco quilômetros é caminho longo — tempo suficiente para cruzar vários bairros, passar por semáforos, enfrentar o tráfego... Como será que ele conseguiu? A perícia no volante de alguém tão novo, e ainda por cima com desafios sensoriais típicos do autismo, me faz pensar na complexidade do que aconteceu.

O desfecho inevitável

Toda aventura tem seu fim, e esta terminou como muitas histórias similares costumam terminar: com uma batida. O ônibus colidiu com um carro particular, e só então a jornada improvável chegou ao fim. Felizmente — e isso é um alívio — ninguém se feriu gravemente.

Mas fica aquela pulga atrás da orelha: como uma criança de 14 anos, com todas as particularidades do autismo, conseguiu operar um veículo daquele tamanho por tanto tempo sem causar algo pior? É, no mínimo, intrigante.

E agora, José?

O adolescente foi levado para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, onde o caso está sendo apurado. A empresa de transporte, é claro, deve estar se revirando para explicar como permitiram que uma situação dessas acontecesse.

Abandonar um ônibus com as chaves disponíveis? Em pleno horário de funcionamento? Parece aqueles erros que a gente só acredita vendo.

O que me deixa pensando é: será que esse garoto tinha alguma familiaridade prévia com direção? Ou foi simplesmente uma combinação de curiosidade, oportunidade e talvez até uma forma peculiar de explorar o mundo, típica de muitas pessoas no espectro autista?

Enquanto as autoridades investigam e a empresa se defende, uma coisa é certa: os passageiros desse ônibus terão uma história para contar pelo resto da vida. E o adolescente... bem, espero que ele receba o apoio adequado, porque uma aventura dessas deixa marcas — tanto nele quanto na cidade que testemunhou o fato extraordinário.