
Eis que a história soa mais absurda que ficção: um cidadão português, de 52 anos, decidiu brincar de justiceiro nas profundezas da internet. Não contente em apenas xingar ou reclamar, ele foi direto ao ponto — ofereceu 500 euros por cada cabeça de brasileiro. Sim, você leu certo.
O sujeito, cujo nome não merece ser destacado, espalhou seu ódio num fórum online. Um lugar onde pensava estar anônimo, protegido pela tela do computador. Mas a digital, ah, essa sempre fica.
A prisão relâmpago (e a soltura ainda mais rápida)
A Polícia Judiciária (PJ) de Portugal agiu rápido, reconheçamos. Localizaram o indivíduo na terça-feira, dia 20, na região de Lisboa. Prenderam-no por incitação pública ao crime e ao ódio racial — algo grave, né?
Mas eis que surge a reviravolta que deixou muita gente de cabelo em pé: menos de um dia depois, o homem já estava livre. LIVRE. Condicionalmente, ok, mas livre.
O juiz aplicou aquelas medidas clássicas de "não se meta em confusão": apresentações periódicas no posto policial, proibição de contactar… quem exatamente? As vítimas que ele nem conhecia? E claro, a proibição de repetir a façanha.
O que raios se passa na cabeça de alguém assim?
O investigador da PJ, Carlos Santos, tentou explicar o inexplicável. Disse que o homem agiu sozinho, movido por uma "frustração generalizada" contra cidadãos brasileiros. Frustração com o quê? Com a cultura? Com a presença? Com o sotaque?
Ninguém sabe ao certo. O que se sabe é que o discurso de ódio não é brincadeira. E soltar alguém assim em 24 horas manda que mensagem, exatamente?
Portugal tem assistido a um aumento tenso de casos de xenofobia e racismo. Brasileiros, que formam a maior comunidade estrangeira no país, muitas vezes viram alvo fácil. E quando a justiça age assim, rápido para prender mas ainda mais rápido para soltar, a sensação que fica é de que a coisa não leva a sério.
O caso segue sob investigação, dizem. Enquanto isso, o autor da ameaça está por aí, sob condições que, convenhamos, parecem mais um tapinha na mão do que qualquer coisa else.
E a pergunta que não quer calar: e se fosse um brasileiro ameaçando portugueses? Será que a resposta judicial seria a mesma?