
Paris acordou com uma cena macabra nesta terça-feira. Alguém — ou algum grupo — decidiu espalhar cabeças de suínos cruamente decepadas diante de vários templos islâmicos pela cidade. Sim, você leu certo. Cabeças de porco. Diante de mesquitas.
Não foi um incidente isolado. A polícia já confirmou pelo menos três ocorrências similares, todas estrategicamente posicionadas para causar máximo impacto e ofensa. Para muçulmanos, o porco é considerado animal impuro — e a provocação não poderia ser mais clara.
"É uma afronta brutal", comenta um frequentador da mesquita de La Chapelle que preferiu não se identificar. "Meus filhos viram. Como explico esse ódio gratuito?"
Investigação em Andamento
As autoridades francesas, é claro, não ficaram paradas. Dois inquéritos já foram abertos — um por dano a propriedade alheia e outro, mais grave, por incitação ao ódio racial e religioso. As câmeras de segurança da região estão sendo vistoriadas neste momento.
Mas aqui está o que me preocupa: será que vão encontrar os responsáveis? Paris é grande, e o ódio… bem, o ódio muitas vezes se esconde no anonimato.
O Contexto que Assusta
Não é a primeira vez que algo assim acontece na França. Longe disso. Nos últimos anos, ataques contra mesquitas e símbolos islâmicos vêm crescendo de forma assustadora — de pichações racistas a tentativas de incêndio.
E o timing? Suspeito. Com as eleições europeias se aproximando, e a extrema-direita ganhando espaço no debate público, esse tipo de incidente parece servir a agenda de quem lucra com o conflito.
O governo já se manifestou. Condenou veementemente os ataques e prometeu apuração rigorosa. Mas palavras, todos sabemos, não bastam. A comunidade islâmica francesa — a maior da Europa Ocidental — pede por ações concretas.
Enquanto isso, as cabeças de porco foram removidas. O cheiro de sangue e ódio, no entanto, ainda paira no ar.