
Eis uma daquelas notícias que te fazem suspirar de alívio, mas com um nó na garganta. Um cidadão brasileiro, que estava apanhando sol atrás das grades na Tailândia por envolvimento com tráfico de drogas, acabou de conseguir uma brecha de luz no fim do túnel. Graças a um gesto de clemência vindo diretamente do topo – sim, do próprio rei –, a sentença pesadíssima que ele cumpria foi encurtada.
A situação, como se imagina, era das mais complicadas. A justiça tailandesa não brinca em serviço quando o assunto é narcotráfico. A condenação inicial era daquelas para tirar o fôlego: décadas de prisão em um sistema penal que, convenhamos, não é exatamente um mar de rosas. Um verdadeiro beco sem saída.
O Perdão que Mudou Tudo
E então, eis que surge uma reviravolta digna de cinema. O rei Maha Vajiralongkorn (ou Rama X, para os íntimos) decidiu estender seu perdão anual, um costume tradicional por aquelas bandas. E o nome do nosso conterrâneo estava na lista. Não foi um "liberta-pau" geral, mas uma redução substantiva da pena. Algo que, na prática, significa enxergar a possibilidade de voltar para casa muito antes do previsto.
Não pense que foi um processo simples ou rápido. Essas coisas levam tempo, envolvem uma papelada danada e, claro, uma pitada generosa de sorte. O perdão real é uma faca de dois gumes: é uma benção, mas também deixa claro que a pessoa continua sendo considerada culpada. É um alívio condicional, um "você saiu da fria, mas não estamos de olho fechado".
E Agora, José?
O que isso significa para ele? Bom, além de uns bons anos a menos de confinamento, é uma chance de respirar fundo e se planejar para um recomeço. Claro, a vida não vai ser a mesma depois de uma experiência dessas. O estigma de ter passado por um sistema penal tailandês é uma sombra que provavelmente vai acompanhá-lo por um bom tempo.
O caso serve como um alerta severo – e olha que eu nem sou de dramalhão. A Tailândia, assim como vários países do Sudeste Asiático, tem tolerância zero para bagunça com entorpecentes. Eles não distinguem muito entre o grande traficante e o mula ingênuo. A lei é dura, seca e aplicada sem dó. Esse brasileiro, de certa forma, deu uma sorte enorme. Muitos outros não têm o mesmo final (nem mesmo parcialmente) feliz.
Fica a lição: algumas aventuras pelo mundo simplesmente não valem o risco. E quando a justiça de um país estrangeiro entra em cena, tudo pode ficar muito, muito complicado. Dessa vez, a misericórdia de um rei fez a diferença. Na próxima, pode não ter.