
Imagine ligar o ar-condicionado, a TV e o chuveiro elétrico sem se preocupar com a conta de luz. Parece um sonho, não? Mas em Tatuí, no interior de São Paulo, essa "vantagem" custou caro para os cofres públicos e para os consumidores honestos.
Uma operação da Elektro desmontou um esquema de furto de energia que — pasme — daria para manter 1.600 residências com luz por um mês inteiro. É como se uma pequena vila sumisse do mapa do consumo legal.
Os números que chocam
A concessionária calculou o rombo: cerca de 500 MWh desviados. Traduzindo para o português do dia a dia, isso equivale a:
- 3.000 horas de um ar-condicionado ligado sem parar
- 500 mil cargas completas de celular
- Ou — quem diria — 25 mil banhos quentes de meia hora
"É um absurdo que afeta todo mundo", comenta um técnico da empresa que prefere não se identificar. "Quem paga a conta no final somos nós, os clientes regulares."
Como funcionava o golpe?
Os métodos variavam — alguns quase caseiros, outros mais elaborados:
- Ligações clandestinas direto na rede
- Mediadores adulterados com ímãs (sim, aqueles da geladeira!)
- Até "gambiarras" que desviavam a energia do vizinho
E olha que curioso: muitos dos flagrados eram pequenos comércios que, em teoria, não teriam alto consumo. Mas a ficha caiu quando as perdas na região dispararam.
— A gente percebe quando os números não batem — explica o gerente regional. — É como se o bairro inteiro resolvesse economizar do nada.
E agora?
Além das multas — que podem chegar a R$ 50 mil — os envolvidos responderão criminalmente. A Elektro ainda estuda como repassar os créditos aos consumidores lesados.
Enquanto isso, a dica é simples: desconfie de "atalhos" energéticos. No final, a conta sempre chega — e mais salgada do que se imagina.