Operação Carbono Oculto: Como uma Investidora Perdeu R$ 1,2 Bi em Apenas 48 Horas
REAG perde R$ 1,2 bi após operação da Polícia Federal

O cenário foi de puro caos. Na esteira da Operação Carbono Oculto, deflagrada pela Polícia Federal na última quarta, a REAG Investimentos viu um verdadeiro tsunami de resgates lavar suas contas. Um êxodo brutal. Mais de R$ 1,2 bilhão evaporou dos cofres da gestora em apenas dois dias – um movimento que deixou todo o mercado financeiro de cabelo em pé.

Não foi uma saída tranquila, foi um pânico generalizado. A notícia da operação, que investiga um suposto esquema de sonegação fiscal bilionário ligado a créditos de carbono, funcionou como um estopim. Clientes, assustados com a possibilidade de ter seus recursos congelados ou mesmo envolvidos na investigação, correrem para sacar seu dinheiro. Quase 20% do patrimônio sob gestão, simplesmente, sumiu do mapa.

O Efeito Dominó da Desconfiança

O que se viu depois foi um clássico efeito dominó. Um cliente grande tira, outro menor vê e entra na fila, e de repente todo mundo quer sair – é assim que funciona a psicologia do mercado quando o medo bate à porta. E olha, o medo bateu com força. A REAG, que se vangloriava de um relacionamento sólido com seus investidores, viu essa confiança se esvair feito areia entre os dedos.

Os fundos mais afetados? Os de renda fixa, tradicionalmente considerados portos seguros. A ironia não poderia ser maior. Isso mostra, na veia, que no mundo dos investimentos a reputação é um ativo mais frágil do que se imagina. Basta um ruído, uma investigação, e tudo pode desmoronar.

Além dos Números: O que Está em Jogo?

O buraco é mais embaixo. A operação da PF joga holofotes sobre um mercado ainda nebuloso: o de créditos de carbono. A acusação é grave e envolve a emissão de certificados fraudulentos para empresas que queriam sonegar impostos. Um negócio complexo, cheio de nuances técnicas, que de repente virou tema de conversa em todo bar de São Paulo.

A grande pergunta que fica é: até onde vai o prejuízo? Financeiro, a conta já está aí. Mas o dano reputacional… esse é incalculável. Recuperar a confiança do mercado não é como recompor um patrimônio. Leva tempo, transparência e, talvez, uma mudança radical na forma de fazer negócios.

Enquanto isso, os cotistas seguem apreensivos. E o mercado observa, com lupa, cada movimento da REAG e das autoridades. Uma coisa é certa: o caso Carbono Oculto já mudou para sempre a forma como investidores enxergam o risco regulatório no Brasil. E isso, definitivamente, não tem preço.