
Numa ação que parece saída de um roteiro de filme — mas com vítimas reais chorando prejuízos — a polícia de São Sebastião (SP) desmontou nesta quinta-feira (15) uma quadrilha especializada em aplicar o famigerado "golpe do falso advogado". Quatro pessoas, entre elas o suposto líder, agora respondem por estelionato qualificado.
Segundo as investigações — que duraram meses, diga-se — os criminosos agiam com uma lábia afiada. Prometiam resolver causas judiciais rapidamente, cobravam adiantamentos absurdos e... desapareciam como fumaça. As vítimas? Ficavam com processos inexistentes e bolsos vazios.
Como funcionava o esquema
O modus operandi tinha requintes de crueldade:
- Falsificação de documentos e credenciais da OAB (até com carimbos falsos!)
- Escritório fantasma em endereço comercial — alugado só para enganar clientes
- Linguajar jurídico rebuscado para impressionar leigos
- Promessas milagrosas tipo "resolver herança em 15 dias"
Detalhe macabro: quando pressionados, os golpistas ameaçavam as vítimas com processos por calúnia. Ironia cruel, não?
Operação foi fruto de denúncias
Tudo começou com aquela velha história: "desconfiei quando pediram dinheiro adiantado". Várias pessoas — algumas com perdas acima de R$ 50 mil — procuraram a delegacia. Os investigadores então montaram quebra-cabeça: rastrearam transferências, gravaram conversas e descobriram que a quadrilha atuava há pelo menos dois anos.
Na ação desta manhã, a polícia apreendeu:
- Computadores com documentos falsificados
- R$ 28 mil em espécie (dinheiro vivo, sujo de tanta mentira)
- Celulares usados para contato com vítimas
- Carro de luxo comprado com dinheiro do golpe
"Eles tinham até site profissional — tudo para parecer legítimo", revelou um delegado, visivelmente indignado com a audácia dos criminosos.
As vítimas? Em sua maioria idosos e pequenos comerciantes — gente que juntou a vida toda para perder tudo num passe de mágica criminoso. Alguns casos envolviam até processos inventados sobre heranças de parentes distantes.
Para quem pensa em contratar advogados: fica o alerta. Verifiquem sempre o registro na OAB, desconfiem de promessas milagrosas e — principalmente — nunca paguem adiantamentos sem contrato formal. Como diz o ditado: quando a esmola é demais, o santo desconfia.