
Parece que a era do "só clicar e entrar" em sites com conteúdo adulto está com os dias contados — pelo menos no Reino Unido. A partir de agora, quem quiser acessar esse tipo de material vai ter que encarar uma burocracia digna de alfândega: selfies, documentos e até reconhecimento facial.
Não é brincadeira. O governo britânico resolveu apertar o cerco e criou um sistema que parece saído de um filme de ficção científica. A ideia? Impedir que menores de idade consumam conteúdos inadequados. Mas será que a solução não cria mais problemas do que resolve?
Como vai funcionar na prática?
Imagine a cena: você tenta entrar num site +18 e, em vez do conteúdo, se depara com um pop-up exigindo uma selfie sua segurando um documento de identidade. Parece exagero? Pois é exatamente isso que as novas regras determinam.
- Passo 1: Tirar uma foto segurando seu RG ou passaporte
- Passo 2: Enviar para análise de um sistema de verificação
- Passo 3: Esperar a aprovação — que pode demorar horas
E olha que tem mais: alguns sites estão usando até reconhecimento facial em tempo real. Ou seja, você fica ali, parado na frente da câmera, enquanto algoritmos decidem se você tem cara de 18 anos ou não. Um pouco assustador, não?
Privacidade? Que privacidade?
Aqui é que a coisa fica realmente complicada. Grupos de defesa digital já estão de cabelo em pé com a nova medida. "É como dar sua identidade para um estranho na rua", dispara um ativista que preferiu não se identificar.
Os riscos são óbvios:
- Vazamento de dados pessoais
- Uso indevido de imagens
- Criação de bancos de dados sensíveis
E o pior? Muitos desses sistemas de verificação são terceirizados para empresas privadas. Ou seja, seu rosto e seus documentos podem acabar em mãos que você nem imagina.
E no Brasil, pode rolar algo parecido?
Por enquanto, nossa legislação ainda está engatinhando nesse assunto. Mas especialistas alertam: "O que acontece no Reino Unido hoje pode chegar aqui amanhã". Alguns deputados já esfregam as mãos com a ideia de importar o modelo.
Será que estamos preparados para esse nível de controle? Ou será que, no afã de proteger as crianças, estamos abrindo mão de liberdades essenciais? A discussão está só começando...