Operação desmantela esquema de golpes na venda de carros pela internet em MT e outros estados
Operação combate golpes em vendas de carros pela internet em MT

Não é de hoje que a internet virou terra sem lei para golpistas criativos — e dessa vez o alvo foram os sonhadores de um carro novo. Uma quadrilha especializada em aplicar golpes em vendas de veículos pela web acabou na mira da polícia. A operação, que rolou nesta quarta (17), varreu três estados: Mato Grosso, Goiás e São Paulo.

Segundo as investigações — que começaram depois de uma enxurrada de boletins de ocorrência —, os criminosos agiam como verdadeiros ilusionistas. Anúncios tentadores de carros com preços abaixo do mercado, fotos impecáveis e até documentos falsificados que enganariam até o mais desconfiado. O problema? Os veículos simplesmente não existiam.

Modus operandi que enganou dezenas

Era assim que funcionava a maracutaia:

  • Primeiro, criavam anúncios em sites populares com fotos roubadas de concessionárias
  • Depois, inventavam histórias convincentes sobre "necessidade de venda rápida"
  • Quando a vítima mordia a isca, pediam adiantamentos via PIX ou depósito
  • Sumiam assim que o dinheiro caía na conta — e reapareciam com outro perfil

"Eles eram bons, muito bons", admite um delegado que preferiu não se identificar. "Usavam até chatbots para responder mensagens enquanto estavam ocupados aplicando outros golpes."

Operação fechou o cerco

Não foi fácil chegar até os envolvidos. A polícia precisou rastrear contas bancárias, endereços IP e até analisar padrões de linguagem nas conversas. No final, valeu a pena: computadores, celulares e documentos apreendidos devem ajudar a desvendar toda a rede.

Os prejuízos? Calcula-se que passem dos R$ 500 mil só nos últimos seis meses. E olha que, segundo fontes próximas ao caso, essa pode ser apenas a ponta do iceberg.

Para quem anda no mercado de usados, o recado é claro: desconfie de preços milagrosos e, na dúvida, prefira sempre ver o carro pessoalmente antes de qualquer transação. Como diz o ditado, quando a esmola é demais, o santo desconfia — e no mundo digital, essa máxima nunca foi tão verdadeira.