
Era supostamente um serviço de «limpeza de reputação». Na realidade, era um esquema ardiloso de extorsão. Um jovem — cuja identade ainda não foi divulgada — está sendo investigado pela Polícia Civil do Triângulo Mineiro por caluniar pessoas nas redes sociais e, depois, cobrar valores consideráveis para apagar as publicações difamatórias.
O caso veio à tona de forma quase casual, mas rapidamente ganhou ares de pesadelo coletivo. O delegado titular da Delegacia de Prática Especializada em Investigações Criminais (DEIC), Dr. Renato Ceolin, não mediu palavras. Ele fez um apelo direto e urgente: todas as pessoas que foram vítimas desse golpe precisam comparecer à delegacia e formalizar a queixa.
«Sem o boletim de ocorrência», alertou o delegado, com a seriedade de quem já viu muitos casos se perderem por falta de provas, «não podemos dar andamento legal ao inquérito policial». É o passo fundamental para que a investigação avance e a justiça possa ser feita.
O Modus Operandi: Criar o Problema para Vender a Solução
A estratégia do acusado era tão simples quanto perversa. Ele mesmo criava perfis falsos ou se utilizava de páginas anônimas para espalhar mentiras e fofocas maldosas sobre indivíduos — manchando nomes, relacionamentos e até a honra de famílias inteiras. O clima de angústia se instalava.
E então, surgia como a «solução». Entrava em contato com as vítimas, já fragilizadas, e se oferecia para «resolver o problema» — mediante pagamento, é claro. Um verdadeiro sequestro da imagem digital.
Não foi algo pequeno. A investigação aponta que dezenas de pessoas podem ter sido alvo dessa rede de difamação e extorsão. A cidade, como um todo, sentiu o golpe. O delegado foi enfático: o jovem «caluniou a cidade inteira».
Um Alerta para Todos Nós
Esse caso serve como um alerta severo sobre os perigos que rondam o ambiente digital. A falsa sensação de anonimato pode encorajar criminosos, mas a lei está cada vez mais atenta. Crimes virtuais têm consequências reais, com penas que podem incluir prisão.
Se você, ou alguém que conhece, passou por algo similar na região, a orientação é clara: não fique em silêncio. Procure a DEIC em Uberlândia e registre sua ocorrência. É a única maneira de frear quem acha que a internet é uma terra sem lei.
Afinal, como bem lembrou o delegado, calúnia e extorsão não são brincadeira. São crimes. E a justiça, ainda que às vezes pareça lenta, não deixa passar.