
Imagine se apaixonar por alguém que não existe. Foi exatamente o que aconteceu com pelo menos 13 mulheres em cinco estados brasileiros, vítimas de um golpista especializado em iludir corações — e esvaziar contas bancárias.
O sujeito, que agora está atrás das grades, agia como um verdadeiro "artista da mentira". Criava perfis sofisticados em apps de relacionamento, com fotos de modelos e histórias convincentes. O alvo? Mulheres profissionais independentes, muitas delas com carreiras sólidas.
O modus operandi que enganou até os mais desconfiados
Primeiro, o charme: ele se apresentava como empresário bem-sucedido ou executivo internacional. Depois, vinha o "conto do vigário 2.0":
- Problemas "inesperados" com transferências bancárias
- "Emergências familiares" que exigiam dinheiro rápido
- Promessas de reencontro romântico — sempre adiado
Uma das vítimas, que preferiu não se identificar, contou à polícia: "Ele me fez acreditar que éramos almas gêmeas. Quando pedi 5 mil reais emprestados, jurei que devolveria no mês seguinte. Someu."
A queda do "Don Juan Digital"
O golpista — que circulava entre Bahia, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná — finalmente caiu quando uma das enganadas decidiu investigar por conta própria. Ela descobriu que a foto do "príncipe encantado" era, na verdade, de um ator europeu pouco conhecido.
A delegada responsável pelo caso explica: "Ele mudava de cidade como quem troca de roupa. Mas deixou rastros digitais — e aí a gente pegou." A prisão aconteceu em flagrante, quando ele tentava marcar encontro com uma nova vítima.
O que choca nesses casos — além da quantia total desviada, que passa dos R$ 200 mil — é a sofisticação psicológica dos golpistas. Eles estudam comportamentos, criam narrativas personalizadas e sabem exatamente quando puxar o gatilho emocional.
Se tem uma lição que fica? No mundo digital, até o amor pode ser fake. E como diz o ditado: quando a esmola é demais, o santo desconfia — ou deveria.