Operação flagra torneio clandestino de caça a animais silvestres no Ceará; oito detidos
Torneio de caça ilegal é interrompido no Ceará; 8 presos

Era pra ser mais um fim de semana normal no interior do Ceará, mas o que as autoridades encontraram no Cariri deixou até os policiais mais experientes de queixo caído. Um torneio de caça — desses que não aparecem em nenhum calendário oficial — foi interrompido com direito a cenas de cinema.

Oito pessoas, que acreditavam estar apenas "se divertindo", agora encaram a realidade: detidas com armas, munições e, pasmem, animais silvestres abatidos. Entre os "prêmios" da competição macabra, espécies protegidas por lei. "Isso não é esporte, é crime ambiental gravíssimo", disparou um dos agentes, visivelmente indignado.

Como a operação aconteceu

Denúncias anônimas (sempre elas) levaram a Polícia Militar Ambiental até uma área rural de difícil acesso. Os policiais se infiltraram — não foi fácil — e presenciaram cenas que beiram o absurdo:

  • Participantes com equipamentos de caça profissional
  • Animais abatidos expostos como troféus
  • E até um sistema de pontuação para classificar os "melhores" caçadores

O que era pra ser uma competição virou, em minutos, uma cena de prisões em série. Os organizadores, que achavam que estavam longe dos olhos da lei, agora enfrentam processos que podem render até cinco anos de cadeia. E olha que a multa — que pode chegar a R$ 50 mil por animal — é o menor dos problemas.

O que diz a lei

Pra quem acha que caçar animal silvestre é "coisa do interior", um aviso: a Lei de Crimes Ambientais não brinca em serviço. Matar, perseguir ou caçar espécies protegidas? Crime inafiançável. E tem mais:

  1. Porte ilegal de armas: cadeia na certa
  2. Maus-tratos aos animais: multa pesada
  3. Dano ao meio ambiente: responsabilidade civil

Os detidos — todos adultos, diga-se — já estão sendo interrogados. E a lista de crimes só aumenta. "Isso aqui não é cultura, é barbárie", resumiu um delegado que pediu pra não ser identificado.

Enquanto os animais apreendidos vivos são encaminhados para centros de reabilitação, uma pergunta fica no ar: quantos outros "torneios" como esse ainda acontecem pelo Brasil afora? A operação no Ceará pode ter interrompido apenas um capítulo dessa história triste.