
Era para ser mais um domingo tranquilo no bairro Jorge Teixeira, Zona Leste de Manaus, mas o que as autoridades encontraram foi tudo menos pacífico. A cena? Uma verdadeira arena clandestina, onde galos eram forçados a lutar até a exaustão – e muitas vezes, até a morte – para o entretenimento cruel de dezenas de espectadores.
A operação, que não foi nada fácil, pegou todo mundo de surpresa. Treze pessoas foram detidas no local, flagradas com as mãos na massa – ou melhor, nas aves. A Polícia Civil do Amazonas agiu rápido e de forma decisiva.
O que foi apreendido? A lista é longa e perturbadora:
- Mais de 100 galos, muitos deles feridos e com marcas de batalha
- Instrumentos de treinamento forçado e aprimoramento de briga
- Uma quantia em dinheiro que circulava nas apostas ilegais
- Diversos materiais usados especificamente para as rinhas
O delegado responsável pela operação não mediu palavras. Ele deixou claro que a prática não só é ilegal, como é profundamente desumana. "Isso não é cultura, é tortura animal pura e simples," afirmou, com a voz carregada de uma mistura de cansaço e determinação.
E o que vai acontecer com os envolvidos? Eles agora respondem por maus-tratos contra animais, além de associação criminosa e promoção de jogos de azar ilegais. As penas podem ser severas, mas a verdadeira questão é: será que isso vai ser suficiente para coibir essa prática que teima em sobreviver nas sombras?
Os galos resgatados, heróis involuntários dessa história triste, foram encaminhados para cuidados veterinários. Muitos precisam se recuperar não só de ferimentos físicos, mas do trauma de uma vida de violência forçada.
Operações como essa são um lembrete gritante de que certas "tradições" precisam, urgentemente, ficar no passado. A cidade de Manaus – e o Brasil como um todo – não tem mais espaço para crueldade disfarçada de entretenimento.