
Imagine a cena: dois cães, completamente sozinhos, presos num quintal qualquer. Quinze dias. Quinze longos dias sem um pingo d'água, sem uma migalha de comida. Difícil até de conceber, não é?
Pois essa foi a realidade brutal que a Polícia Militar Ambiental encontrou numa propriedade em Presidente Prudente, no interior paulista. Os animais — um deles acorrentado, o outro preso — estavam num estado lastimável que chocou até os agentes mais experientes.
O Resgate que Chegou no Limite
A denúncia anônima foi o que salvou essas vidas. Quando a equipe chegou ao local, o cenário era desolador. Os cães, visivelmente debilitados, com as costelas aparentes e movimentos lentos — sinais claros da fome e sede extremas que enfrentavam.
O que mais impressiona nesses casos é a resistência canina. Quinze dias! Como sobreviveram? A pergunta ecoa na cabeça de qualquer pessoa com um mínimo de sensibilidade.
Responsável é Localizado e Multado
Aqui vem a parte que, francamente, deixa a gente com uma mistura de alívio e indignação. O suposto responsável pelos animais foi identificado e autuado. A multa aplicada foi de R$ 3.692,76 — valor que, convenhamos, parece pouco perto do sofrimento infligido.
Mas pelo menos é um começo. Um recado claro de que a sociedade não vai mais tolerar esse tipo de crueldade.
E Agora, o Futuro dos Cães?
Os dois sobreviventes foram encaminhados para o Canil Municipal de Presidente Prudente. Lá, finalmente, receberam os cuidados que tanto precisavam: alimentação adequada, hidratação e, principalmente, um pouco de dignidade.
E sabe o que é mais irônico? O responsável pelo abandono ainda pode responder criminalmente pelo ato. A Lei de Crimes Ambientais não brinca em serviço — e ainda bem.
Enquanto isso, os cães se recuperam. Lentamente, é verdade, mas com a perspectiva de que talvez — apenas talvez — encontrem um lar onde sejam tratados com o respeito que qualquer ser vivo merece.
Casos como esse nos fazem refletir: que tipo de sociedade somos quando animais são tratados como objetos descartáveis? A resposta, infelizmente, ainda nos envergonha.