
O clima em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos do Rio, tá mais tenso que corda de violino em show de rock. Uma decisão judicial — daquelas que caem como bomba — determinou a possível demolição de 800 residências na área conhecida como Praia do Forno. E olha que não tô exagerando: são oito centenas de famílias que podem acordar sem teto qualquer dia desses.
O pulo do gato (ou melhor, do juiz)
Segundo o tal documento — que tá dando o que falar desde que virou público —, as construções estariam em área de "preservação ambiental". Só que tem um detalhe: muitas dessas casas tão lá há décadas, criando raízes mais fundas que coqueiro na areia. Os moradores, claro, não tão nem um pouco satisfeitos. "A gente construiu tudo dentro da lei", desabafa Dona Maria, 62 anos, enquanto mostra documentos amarelados pelo tempo.
Rebelião à vista?
Nas redes sociais, os vídeos já viralizaram: gente segurando faixas, crianças com cartazes feitos à mão e até idosos — que jamais imaginaram passar por isso — no meio do protesto. "Vão derrubar minha casa comigo dentro!", gritou um senhor de 78 anos, fazendo a plateia arrepiar. A prefeitura, por sua vez, diz que "analisa a situação" — aquela velha história de empurrar com a barriga.
E não é que a coisa tá pegando fogo (figurativamente, por enquanto):
- Associação de moradores já contratou advogados
- Abraço coletivo simbólico marcado para quinta-feira
- Petição online com 15 mil assinaturas em 48 horas
O outro lado da moeda
Os ambientalistas — que normalmente são os mocinhos — tão nessa história como vilões pra muita gente. Eles alegam que a área é "essencial para o ecossistema costeiro", mas será que não dá pra conciliar os dois lados? Um urbanista que preferiu não se identificar soltou a pérola: "Isso aqui é caso clássico de urbanização descontrolada versus burocracia sem coração". E não é que o cara tem razão?
Enquanto isso, na Câmara Municipal, o debate esquenta mais que asfalto no verão carioca. Alguns vereadores defendem "alternativas criativas" — seja lá o que isso signifique — enquanto outros seguem o script de "a lei é a lei". E as famílias? Ah, essas continuam na corda bamba, sem saber se amanhã ainda terão onde dormir.